Política

Erika Hilton vai ao STF para investigar Bolsonaro sobre encontro com meninas venezuelanas

Na ação, a deputada aponta que o presidente pode ter cometido violência sexual contra crianças e adolescentes, a omissão de socorro e acobertado crimes de prostituição ao não levar o caso às autoridades

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A deputada federal Erika Hilton (PSOL) protocolou, na manhã deste domingo 16, uma notícia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente Jair Bolsonaro por relatar que esteve em uma casa de prostituição na presença de menores de idade.

Em entrevista a um podcast na sexta-feira 14, o ex-capitão disse que se encontrou com meninas venezuelanas em São Sebastião, periferia do Distrito Federal, durante passeio de moto – momento em que diz que ‘rolou um clima’, o que o motivou a parar a moto e perguntar se poderia ir visitar a casa das garotas.

“Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na tua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora. E como chegou neste ponto? Escolhas erradas”, relatou o presidente ao entrevistador.

Na ação, a deputada aponta que o presidente pode ter cometido violência sexual contra crianças e adolescentes, a omissão de socorro e acobertado crimes de prostituição ao não levar o caso às autoridades. “Assumir publicamente que ‘pintou um clima’ com crianças e adolescentes em uma esquina e se dirigir a elas perguntando “Posso entrar na tua casa?” com a expectativa de que se tratava de uma casa de prostituição, além de poder caracterizar pedofilia, pode indicar a intenção de cometer violência sexual”, destaca trecho da ação.

Erika Hilton também destaca que, caso não seja possível comprovar a veracidade dos fatos apresentados pelo ex-capitão, é necessária a investigação pelos crimes de disseminação de notícia falsa durante campanha e difamação de adolescentes.

Neste domingo, uma das mulheres venezuelanas presentes no dia relatado por Jair Bolsonaro desmentiu o fato, alegando que na casa em questão ocorria uma ação social.

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