O general da reserva do Exército Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, minimizou nesta quinta-feira 1º um áudio de 2021 no qual afirmou que teria de tomar calmantes para evitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotasse “medidas drásticas” contra o Supremo Tribunal Federal.
Heleno prestou depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, criada para investigar os ataques de 8 de Janeiro.
Ele disse aos deputados distritais que a frase foi retirada de contexto e não passava de “uma brincadeira”. Questionado sobre o que seriam as “medidas drásticas”, Heleno declarou se tratar de “fazer um rompimento declarado com o STF”.
“Mas eu falei de uma maneira amena. Ele [Bolsonaro], mesmo com a corda esticando de um lado, manteve a tranquilidade. Eu sempre procurei atuar de forma mediadora, mas o presidente nunca precisou”, alegou. “Ele passou o mandato todo sendo massacrado e conseguiu manter a calma. Meu papel era aconselhar.”
Heleno também tentou relativizar o uso do termo “golpe” para se referir ao vandalismo bolsonarista na Praça dos Três Poderes.
“O tratamento que estão dando para a palavra ‘golpe’ não é adequado. Golpe precisa ter líderes, líder principal, não é uma atitude simples, ainda mais em um País como o Brasil”, prosseguiu. “Esse termo ‘golpe’ está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, uma demonstração de insatisfação possa se caracterizar um golpe.”
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