O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou, em depoimento à Polícia Federal na última terça-feira 22, que sua insinuação sobre uma eventual ruptura institucional, feita no final de maio, “foi uma análise de cenário”. A informação foi divulgada nesta sexta-feira 25 pela CNN Brasil, que obteve o documento com a transcrição do depoimento.
Em maio, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciava as apurações no inquérito das fake news, o filho do presidente Jair Bolsonaro levantou a possibilidade de o pai adotar uma “medida enérgica”.
“Quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador”, afirmou Eduardo em entrevista ao blog Terça Livre. “Eu até entendo quem tenha uma postura mais moderada, vamos dizer, para não tentar chegar em um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos, mas, falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas de quando isso vai ocorrer”, acrescentou.
À PF, Eduardo disse ter dado a declaração no contexto de “divergência entre os poderes Executivo e Judiciário”, mas que atualmente não acredita que “tal ruptura possa ocorrer”.
Eduardo Bolsonaro prestou depoimento à PF na terça-feira 22 em seu gabinete em Brasília. Ele foi ouvido no âmbito das investigações sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, inquérito em andamento no STF.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login