Justiça

Entidades denunciam Augusto Aras ao STF por parcialidade em favor de Bolsonaro

Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral pede que PGR e sua vice, Lindôra Araújo, sejam impedidos de atuar junto ao TSE

Entidades denunciam Augusto Aras ao STF por parcialidade em favor de Bolsonaro
Entidades denunciam Augusto Aras ao STF por parcialidade em favor de Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro e o procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Isac Nóbrega/PR
Apoie Siga-nos no

A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou nesta terça-feira (20), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime contra o Procurador-geral da República, Augusto Aras, e a Vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pelo crime de prevaricação. O documento solicita que os dois que sejam impedidos de atuar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022 por serem juridicamente suspeitos.

No documento, a Coalizão argumenta que Aras e Araújo não deveriam atuar nas eleições pela “parcialidade” demonstrada em “toda a atuação desde que tomaram posse”. “Ambos demonstram interesse nos processos em favor de alguém. Deve, portanto, referida suspeição ser reconhecida e decretada não por um ou dois atos isolados, mas por uma prática de atos de maneira contínua, sequencial, sucessiva, recorrendo a métodos poucos ortodoxos e louváveis, objetivando a proteção do Presidente da República, deixando de praticar os atos necessários à investigação de suas condutas.”

As entidades afirmam ainda, que, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) “instar a sociedade com o intuito de descredibilizar o resultado eleitoral em outubro próximo, disseminando informações inverídicas, será necessário um Procurador-Geral eleitoral que atue de forma célere, isenta, autônoma, o que, por evidente, não se pode esperar dos atuais titulares dos cargos”.

Alinhamento da PGR com governo Bolsonaro

O relatório Retrospectiva 2021, da ong Transparência Internacional, já havia apontado o “alinhamento sistemático da PGR com o governo Bolsonaro e retração histórica na participação da instituição no controle dos atos do governo” como um dos fatores de enfraquecimento do sistema brasileiro de freios e contrapesos.

A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral é um coletivo que reúne mais de 200 entidades representativas dos mais diversos setores e categorias da sociedade civil. Nessa notícia-crime, o grupo está representado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia e Associação de Juízes para a Democracia (AJD).

Há dois meses, a Coalizão protocolou na PGR uma representação contra Bolsonaro depois da reunião oficial realizada com embaixadores para espalhar fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo