Economia
Entidade diz que novo presidente da Petrobras não tem formação e experiência para o cargo
Associação entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários para verificar eventual ilegalidade na nomeação de Caio Mario Paes de Andrade
A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras, a Anapetro, entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários para questionar a nomeação de Caio Mario Paes de Andrade como novo presidente da estatal.
Em peça desta segunda-feira 27, a entidade diz que Andrade “não pode tomar posse” porque não possuiria “requisitos legais para tal”, e a decisão poderia representar “eventuais atos lesivos ao patrimônio da empresa Petrobras e aos interesses de seus acionistas”.
A Anapetro argumenta que Andrade “não possui notório conhecimento na área” e que não teria experiência no setor de petróleo e energia.
O documento destaca o Artigo 17 da Lei das Estatais, que exige a experiência profissional de pelo menos dez anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa, e ter formação acadêmica compatível com o cargo.
Segundo a Associação, Andrade estaria descumprindo o primeiro requisito por ter apresentado somente uma passagem de um ano e meio no conselho da empresa estatal Pré-Sal Petróleo S/A.
Já a segunda exigência estaria “claramente incompatível” porque os seus diplomas de pós-graduação obtidos no exterior não teriam sido validados no Brasil.
A Associação pede a abertura de um procedimento administrativo para apurar “eventual ocorrência de ilegalidade” e, identificadas as irregularidades, que “sejam adotadas as medidas, inclusive cautelares, no sentido de obstar a continuidade das ações errôneas e lesivas à empresa”.
Conforme informou a Petrobras em nota, Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, possui pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University.
Andrade vem da Secretaria Especial de Desburocratização e entra no cargo após a saída de José Mauro Ferreira Coelho, que ocupou o posto por cerca de dois meses. O mandato está previsto até 13 de abril de 2023.
Confira a íntegra da representação da Anapetro:
00.-Denúncia-CVM-Caio-Mário-Paes-de-Andrade
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.