O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o fim do isolamento social e a volta à normalidade, em meio à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, proibir as pessoas de trabalharem tem sido “inútil” e provoca o aumento do desemprego no país.
Em transmissão ao vivo em sua rede social, nesta quinta-feira 30, Bolsonaro parabenizava o governo do Rio Grande do Sul, de Eduardo Leite (PSDB), por projetar a reabertura das atividades.
“Espero que dê certo, espero que o Rio Grande do Sul volte à normalidade. Até porque, repetindo, 70% da população vai ser infectada. E pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil. Agora, a consequência disso, o efeito colateral disso: desemprego. O povo quer voltar a trabalhar”, disse.
A declaração de Bolsonaro contraria uma série de especialistas que avaliam que o Brasil só não teve maiores estragos por causa do coronavírus porque os governadores se anteciparam com medidas de isolamento social. Esta posição é adotada por estudiosos da instituição britânica Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nem o próprio ministro da Saúde, Nelson Teich, levanta a mesma bandeira que Bolsonaro. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 30, Teich afirmou que “ninguém está pensando em relaxar o isolamento”. O entendimento do Ministério da Saúde é de que não há melhor prevenção que o isolamento, já que ainda não existe uma vacina contra a covid-19.
De acordo com o último balanço da pasta, o país contabiliza 5.901 óbitos e mais de 85 mil infecções.
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