Emissário de Alexandre Kalil se reúne com Lula em São Paulo

O PT e o PSD tem conversado há alguns meses sobre a dobradinha Lula/Kalil em um eventual segundo turno

Lula e Adeclever Lopes (Foto: Ricardo Stuckert)

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Nesta sexta-feira 3, o ex-presidente Lula recebeu  um importante emissário do prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). O assunto foi o cenário político e eleitoral do estado, onde Kalil é pré-candidato ao governo contra Romeu Zema (Novo), atual ocupante do cargo.

“Foi um encontro de amigos, apenas. Falamos amenidades”, desconversou Adaclever Lopes, secretário de governo de Kalil, em conversa com CartaCapital por telefone enquanto deixava a sede do Instituto Lula, em São Paulo, rumo a capital mineira.

O papo ameno, contudo, teve uma pitada generosa de política — do jeito que Lula gosta. O PSD de Gilberto Kassab tem Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, como pré-candidato do partido à Presidência em 2022. Ele tem 0,3% das intenções de votos, segundo pesquisa Sensus divulgada nesta sexta. Diante disso, há alguns meses PT e PSD tem conversado sobre a dobradinha Lula/Kalil em um eventual segundo turno do pleito, tanto na disputa estadual quanto nacional.

Kalil costuma criticar o PT e o ex-presidente, mas os responsáveis pela articulação não pensam como ele. Diante do desempenho mediano de Kalil nas pesquisas (ele perde para Zema no interior, vencendo apenas na região metropolitana de Belo Horizonte) dividir o palanque com Lula pode ser fundamental. 

Uma desses possíveis arranjos seria um vice do PSB, partido que tem discutido compor federação com o PT e que pode colocar Geraldo Alckmin na chapa do ex-presidente Lula. A mesma dobradinha se daria em nível estadual em Minas Gerais.

Aliados mineiros de Kassab torcem também para que Zema debande para o lado de Sérgio Moro, obrigando Jair Bolsonaro a encontrar outro palanque no estado. Dessa forma sua base “racharia” entre moristas e bolsonaristas, um fenômeno já detectado em pesquisas nacionais. Desde que o ex-juiz entrou oficialmente nas pesquisas, Bolsonaro — bem como Ciro e Doria — têm perdido pontos.


Fato é que o PSD tem investido pesado em Minas Gerais. Adaclever Lopes, por exemplo, migrou do MDB para o partido de Kassab. Agora, como articulador político de Kalil, sua missão é levar deputados estaduais e federais (principalmente do MDB) para o PSD e, com isso, engrossar o capital eleitoral do prefeito belorizontino.

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