Justiça

Embaixada dos EUA ataca Moraes e amplia tensão diplomática com o Brasil

Publicação oficial da representação endossa aliado de Trump que acusa o ministro do STF de censura

Embaixada dos EUA ataca Moraes e amplia tensão diplomática com o Brasil
Embaixada dos EUA ataca Moraes e amplia tensão diplomática com o Brasil
O ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/STF
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A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil elevou a crise diplomática entre os dois países ao republicar, nesta quinta-feira 24, em seu perfil oficial no X, uma declaração de Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública do governo Donald Trump

Na publicação, Beattie afirma que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes seria o “coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro”, acusando o magistrado de restringir a liberdade de expressão em território norte-americano.

“Graças à liderança do presidente Trump e do secretário Rubio, estamos atentos e tomando as devidas providências”, conclui Beattie, no post traduzido para o português pela representação diplomática no Brasil.

A publicação ocorre dias após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciar a revogação do visto de Moraes, de seus familiares e de outros ministros do STF. Rubio alegou que as decisões do magistrado, especialmente aquelas relacionadas a Bolsonaro, representariam uma forma de censura com impacto além das fronteiras brasileiras.

As declarações de Rubio e Beattie, agora endossadas pela embaixada, contestam as decisões de Moraes, como a recente imposição de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. A medida, determinada pelo ministro e validada pela Primeira Turma do Supremo, faz parte de um conjunto de cautelares aplicadas no âmbito de investigações por tentativa de golpe de Estado e atentado à soberania nacional.

A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República apontam que Bolsonaro agiu para fomentar sanções estrangeiras contra o Brasil, com o objetivo de intimidar o Judiciário e interferir em processos. A suspeita é que o ex-capitão buscou apoio de aliados no exterior para promover instabilidade institucional e escapar da prisão.

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