Embaixada da Hungria demite dois funcionários após vazamento de imagens de esconderijo de Bolsonaro

Ex-presidente se abrigou na representação internacional após ser alvo de uma operação da PF; caso foi revelado pelo jornal The New York Times

Imagem de Bolsonaro na embaixada da Hungria. Foto: Reprodução/NYT

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A Embaixada da Hungria no Brasil demitiu, nesta quarta-feira 3, dois funcionários brasileiros após o vazamento de imagens do circuito interno de segurança do prédio, que mostravam o esconderijo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no prédio da representação internacional, em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro. 

Os vídeos foram divulgados pelo jornal norte-americano The New York Times e motivaram a abertura de um inquérito da Polícia Federal, para apurar a conduta inusitada do ex-capitão, nos dias em que se seguiram o cumprimento de buscas em endereços ligados a seus aliados. 

A informação do desligamento dos funcionários foi inicialmente noticiada pela CNN Brasil e, depois, confirmada pelo jornal O Globo. Procurada por CartaCapital, a Embaixada da Hungria não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre as justificativas para as demissões. 

Bolsonaro se abrigou no prédio da representação internacional durante os dias 12 e 14 de fevereiro, após ter seu passaporte apreendido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. 

Em nota, os advogados do ex-presidente alegam que Bolsonaro passou duas noites no local, localizado a 13 quilômetros de sua casa, a convite do embaixador, Miklos Tamás Halmai. A visita, diz a defesa do ex-capitão, serviu para que ele conversasse com aliados na Hungria sobre a situação política do Brasil. Ainda segundo a nota, a visita tinha como propósito o estreitamento de laços do ex-presidente com o primeiro-ministro húngaro. 

A reportagem no NYT sugere que Bolsonaro poderia ter procurado abrigo na embaixada do país aliado para pedir asilo e impedir uma prisão pela Polícia Federal. A hipótese está em investigação.


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