Em reunião com Maia, embaixador chinês sinaliza rápida solução para chegada de insumos

Presidente da Câmara se encontrou com Yang Wanming nesta quarta-feira 20; governo Bolsonaro não dialogou com a China, revela o parlamentar

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se encontrou nesta quarta-feira 20 com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, para tentar resolver o atraso na chegada de insumos chineses para a fabricação de vacinas contra a Covid-19.

 

 

“Foi uma ótima reunião. Tenho mantido um ótimo diálogo com o embaixador. O Brasil tem uma relação econômica fundamental e, agora, mais do que nunca. Ele abriu a conversa relatando que de forma nenhuma haveria obstáculos políticos para a exportação de insumos da China. E, claro, a gente entende que é fundamental que a gente possa ter uma atenção especial por parte do governo chinês, não apenas dos insumos para a vacina do Instituto Butantan, mas para a vacina da Fiocruz, para que a gente possa ter um volume maior de produção”, afirmou Maia em entrevista à GloboNews.

Segundo o parlamentar, Wanming trabalha com o governo chinês para acelerar a exportação desses insumos, a fim de restabelecer a produção dos imunizantes no Brasil. Sem o Ingrediente Farmacêutico Ativo, a Fiocruz e o Butantan não conseguem produzir, respectivamente, a vacina de Oxford e a Coronavac.


“Entendi a reunião como muito positiva. A boa vontade do embaixador em nome do governo chinês. Falou nitidamente que tem conversado com o governo e esses trâmites técnicos serão superados rapidamente”, acrescentou Maia.

O embaixador chinês não estabeleceu datas para a liberação da exportação dos insumos. “Mas a impressão que me dá é que o governo chinês sabe da importância dos insumos e vai acelerar o processo interno de tramitação para que possa caminhar logo a exportação. Eu fiquei otimista”, completou o presidente da Câmara.

Na terça-feira 19, devido ao atraso na chegada de insumos, a Fundação Oswaldo Cruz comunicou ao Ministério Público Federal o adiamento, de fevereiro para março, da previsão de entrega das primeiras doses com produção brasileira da vacina de Oxford.

À Globonews, Maia também revelou que o governo de Jair Bolsonaro não tentou resolver com a China o problema da escassez do IFA para a produção de vacinas.

“As informações que eu tenho são de que não houve nenhum tipo de diálogo entre o governo federal e a embaixada chinesa. Infelizmente, faz sentido. A questão ideológica tem prevalecido em relação à importância de salvar vidas no Brasil”.

 

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