Política

Em rede nacional, ministro defende privatização dos Correios: ‘É fundamental’

Fábio Faria diz que venda da estatal vai gerar empregos e atrair investimentos

O ministro das Comunicações, Fábio Faria. Foto: Reprodução
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Durante pronunciamento em rede nacional nesta segunda-feira 2, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, propagandeou a privatização dos Correios e pediu apoio do Congresso Nacional para aprovar a medida. Segundo Faria, a venda da empresa estatal tem o potencial de gerar empregos e atrair investimentos.

O ministro disse que a empresa foi lucrativa em 2020, mas que o faturamento se mostra “insuficiente” para suprir a necessidade de investimentos. Segundo ele, são necessários 2,5 bilhões de reais por ano para melhorar a estrutura tecnológica da companhia.

“Com a privatização, os Correios vão conseguir crescer e competir, gerar mais empregos, desenvolver novas tecnologias, ganhar mais eficiência, agilidade e pontualidade”, afirmou Faria. “Somente assim, os Correios poderão manter a universalização dos serviços postais, que significa estar presente em todos os recantos do País.”

A privatização dos Correios é fundamental para fortalecer essa empresa que presta serviços importantes para todo o País, disse Faria.

O discurso do governo em favor da privatização dos Correios é similar ao das campanhas pela venda da Eletrobras e por reformas recentes aprovadas no Congresso, como a trabalhista: vai diminuir o desemprego, atrair empresários e melhorar a economia. Porém, uma série de especialistas rechaça a tese.

No caso dos Correios, estatal que existe há mais de 350 anos, pesquisadores apontam para a possibilidade de que cidades do interior percam acesso aos serviços postais, porque demandariam custos elevados para serem atendidas e, portanto, resultariam em prejuízos para empresas privadas.

Diante da privatização iminente, servidores públicos prometem uma paralisação geral para o dia 18 de agosto como forma de protesto. Em nota nesta segunda-feira 2, a Associação dos Profissionais dos Correios argumenta que “o projeto vai na contramão do restante do mundo, pois nenhum dos 20 maiores países do mundo em território possuem correio privado”. A Adcap diz ainda que o nível de universalização e o grau de modicidade tarifária estão em índices bem razoáveis, com taxas inferiores à média mundial.

A Adcap é autora de uma representação contra a privatização dos Correios que está sob análise no Supremo Tribunal Federal. Recentemente, no âmbito desse processo, a Procuradoria-Geral da República reconheceu a inconstitucionalidade em parcela da operação de venda, porque a Constituição Federal não permitiria a “prestação indireta” dos serviços postais e do correio aéreo nacional.

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