Justiça

Em nova nota, Moraes afirma que não discutiu caso Master com Galípolo

Ministro do STF disse que esteve com o Banco Central para debater apenas a Lei Magnitsky

Em nova nota, Moraes afirma que não discutiu caso Master com Galípolo
Em nova nota, Moraes afirma que não discutiu caso Master com Galípolo
Ministro Alexandre de Moraes em sessão da Primeira Turma do STF. Foto: Fellipe Sampaio/STF
Apoie Siga-nos no

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicou uma segunda nota oficial sobre os encontros que teve com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. O ministro está sob pressão depois que veículos de imprensa disseram que ele fez lobby pela aquisição do Banco Master pelo BRB.

Na nova nota, publicada na noite de terça-feira 23, Moraes afirma que recebeu Galípolo em seu gabinete em duas oportunidades: depois que ele mesmo foi alvo da Lei Magnitsky, imposta pelo governo Donald Trump, e após os efeitos da lei serem estendidos a sua esposa, Viviane Barci de Moraes. Segundo o ministro, os encontros aconteceram em 14 de agosto e 30 de setembro.

“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”, diz a nota publicada por Moraes.

O assunto ganhou força após nota publicada na segunda-feira 22 pela coluna da jornalista Malu Gaspar no jornal O Globo, que afirmou que Moraes falou por Galípolo em quatro oportunidades (uma vez pessoalmente, outras três por telefone). O tema seria o Master, banco de Daniel Vorcaro, preso em novembro por suspeita de fraude em transações bilionárias.

Em reportagem publicada na noite de terça-feira 23, o jornal O Estado de S. Paulo, citando “pessoas do meio jurídico e do mercado financeiro que ouviram relatos” afirmou que o ministro chegou a telefonar seis vezes no mesmo dia a Galípolo para saber sobre o andamento da operação de compra do Master pelo BRB.

Inicialmente, em nota publicada também no dia 23, Moraes confirmou ter estado com Galípolo e garantiu que o assunto era a Lei Magnitsky. Entretanto, não tinha informado detalhes sobre o número de encontros.

O motivo do suposto contato de Moraes, ainda de acordo com O Globo, seria um contrato que o escritório da esposa do ministro, Viviane Barci, teria com o Master. O acordo previa 3,6 milhões de reais por mês, por três anos (130 milhões de reais no total).

No segundo texto publicado sobre o tema, Moraes é taxativo ao dizer que “o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”.

Também na terça-feira 23, o BC publicou curta nota oficial em que afirma que “manteve reuniões com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky”.​

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo