Política

Em meio a crise política e eleitoral, Doria anuncia ‘pacotão’ de reajustes para servidores

Agentes de segurança e profissionais da saúde vão receber aumento de 20%, enquanto demais profissionais terão acréscimo de 10%
Entidades sindicais alegam que os reajustes não cobrem perdas inflacionárias e descumprem promessas

O ex-governador de São Paulo, João Doria. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O governador de São Paulo, João Doria (PDSB), anunciou nesta manhã um “pacotão” de aumentos de 20% para todos os servidores ativos e inativos das forças de segurança e de saúde do estado. As demais categorias do funcionalismo terão aumento de 10%. O impacto é de R$ 5,6 bilhões por ano.

Entidades questionaram o anúncio, alegando que os reajustes não cobrem perdas inflacionárias e descumprem acordos feitos no início do governo. As propostas ainda precisam ser aprovadas na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O anúncio ocorre em meio a crise eleitoral e política enfrentada pelo pré-candidato do PSDB à Presidência. Pesquisas indicam que Doria conta com o apoio de apenas 2% do eleitorado e alta rejeição. Em paralelo, enfrenta o desgaste dentro do PSDB após um processo fratricida de prévias. Lideranças como Eduardo Leite, Tasso Jereissati, Aécio Neves e José Anibal se reuniram na terça-feira e exigiram um “plano de voo” de Doria. O governador chegou a chamar o encontro de “jantar de derrotados” e hoje comentou sobre a crise.

Questionado em coletiva sobre o assunto, ele comentou: “Faz parte do processo democrático de um partido que não tem dono. Compreendo, as pessoas derrotadas nas prévias não se sentem bem em administrar a derrota. É preciso respeitar e muito a liderança de Bruno Araújo como presidente nacional do PSDB”.

Doria encontra-se também em meio à uma contenda com servidores da segurança pública. Entidades representantes dos profissionais da segurança reagiram ao anúncio do governador a afirmam que os salários seguem defasados. Para a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o reajuste está muito aquém das promessas de campanha de Doria em 2018, que garantiu que a categoria seria a mais bem-paga do País. “Infelizmente, a recomposição anunciada não cobre nem mesmo a inflação do período entre 2018-2021, que chegou aos 25,15%”, afirma, em nota, a entidade.

Já o Sindicato dos Delegados de São Paulo, acompanhado por 13 entidades do setor de segurança pública, destacou a precariedade da estrutura material e de recursos humanos: móveis interditados, viaturas apodrecendo, além do déficit de 15 mil agentes, e a ausência de delegados em 300 DPs.

“Hoje vivemos o pior cenário da polícia civil na historia de São Paulo. Esse governo é despreparado e não investe na estrutura para que a população possa ser de fato protegida. Não há comprometimento”, critica a presidente do Sindicato, Raquel Kobashi.

 

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