Em debate no Rio, Freixo diz que Castro pode ser mais um governador preso

Em resposta, Castro chamou a campanha de Freixo de mentirosa e mencionou acusações em pautas morais

Foto: Reprodução/TV Globo

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No debate da TV Globo para governador do Rio de Janeiro, o candidato Marcelo Freixo (PSB) apostou no tema da corrupção e disse que o adversário Cláudio Castro (PL) pode ser preso durante um eventual novo mandato.

Em um de seus pontos altos, Freixo aproveitou uma pergunta do oponente Rodrigo Neves (PDT) sobre recuperação fiscal e mencionou investigações contra o atual governador, sucessor de Wilson Witzel (PSC).

“A gente precisa de um governo que tenha credibilidade. Que o investidor tenha certeza de que o governador não vai ser preso. Que ele não está sendo investigado no STJ [Superior Tribunal de Justiça], que ele não está pendurado, que ele não vai ser réu a qualquer momento para poder ser preso como todos os outros anteriores foram. É muito importante que a gente possa ter credibilidade para gerar previsibilidade”, declarou Freixo.

Na sequência, voltou a repetir que Castro “pode virar réu a qualquer momento”.

“Lamentavelmente, a gente tem uma realidade hoje que quem está nos assistindo precisa saber. Há uma possibilidade, sim, de a gente ter um governador preso novamente”, afirmou.

Freixo usou outro momento para mencionar um dos principais escândalos a envolver Castro: a delação de Marcus Vinícius Azevedo da Silva que relatou que o governador teria recebido propina em uma mochila.


“Uma delas é de uma denúncia de uma testemunha sobre fraude na Fundação Leão XVIII, uma fundação para tratar dos mais pobres […]. Exatamente dali, o governador é investigado porque uma testemunha diz que ele recebeu 20 mil dólares para passear com a família na Disney”, afirmou Freixo. “Além disso, tem a história da mochila que ele até agora não explicou o que tinha. […] Ainda tem um inquérito no STJ, fraude na saúde. Foi o mesmo processo que tirou Witzel do poder.”

Freixo também acusou Castro de ter nomeado uma autoridade para o enfrentamento às milícias que acabou presa. O candidato do PSB se referiu ao delegado Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil, réu num processo de organização criminosa e preso em 9 de setembro. Ele aguarda julgamento de habeas corpus.

“Como é que o seu governo vai conseguir enfrentar tráfico e milícia se a pessoa mais importante do seu governo no enfrentamento ao crime é presa por pertencer a uma organização criminosa?”, questionou Freixo.

O candidato apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também recebeu acusações de ter problemas com a Justiça.

Castro acusou Freixo de fazer uma “campanha suja” e citou “16 condenações” na Justiça Eleitoral por informações falsas em peças de publicidade.

“Sua campanha é a mais suja da história do Rio de Janeiro. Você foi condenado pela Justiça. 16 condenações, porque mentiu. Não fui eu, não, gente. Foi o Tribunal Regional Eleitoral que condenou a campanha do Freixo.”

O governador também disse que Freixo mente em pautas de cunho moral.

“Sabe o que é condenação, gente? Quando a pessoa tenta te enganar. Quando a pessoa tenta mentir para você. Da mesma forma que era contra os valores cristãos e agora vai à igreja. Da mesma forma que era a favor das drogas e agora diz que é contra. Da mesma forma que fez projeto de casa para fazer aborto e agora diz que não vai fazer mais. A gente tem que saber quem é o Freixo”, afirmou.

Outro a fazer acusações a Freixo foi o candidato Paulo Ganime (Novo), que criticou a aliança com Lula e lembrou processos da Operação Lava Jato. O postulante disse não reconhecer como legítima a decisão judicial que anulou os processos contra o ex-presidente.

Já Rodrigo Neves criticou a aliança com o ex-prefeito do Rio César Maia (PSDB).

“O Freixo tem como vice o César Maia, que fez a aprovação automática e acabou com a educação da cidade do Rio, assim como acabou com a saúde, onde teve uma intervenção federal na Secretaria de Saúde da gestão do César Maia”, declarou o pedetista.

O debate também foi marcado por uma sucessão de direitos de resposta concedidos por causa de ofensas pessoais entre Castro e Freixo. Os dois lideram as pesquisas eleitorais para o governo do Rio, sendo que Castro mantém uma vantagem ampla sobre o adversário em diversas sondagens.


O confronto da TV Globo entre candidatos a governador foi o último do primeiro turno.

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