Em cerimônia de recondução, Aras se diz ‘imparcial’ e afirma que MP não participa de ‘peleja política’

Indicado por Bolsonaro e aprovado pelo Senado para o novo mandato, Augusto Aras criticou indiretamente a Lava Jato

Foto: Reprodução/TV Brasil

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi oficialmente reconduzido ao cargo nesta quinta-feira 23. A indicação do presidente Jair Bolsonaro para o novo mandato de dois anos foi aprovada pelo Senado em 24 de agosto, por 55 votos a 10 (e uma abstenção).

 

 

Bolsonaro participou virtualmente da cerimônia, já que cumpre quarentena por ter entrado em contato em Nova York com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que testou positivo para a Covid-19 na última terça-feira 21.

“Agradeço a Vossa Excelência, senhor presidente da República, pelo reconhecimento de nosso trabalho imparcial e coerente com o sistema republicano de freios e contrapesos que nos exige postura tão independente quanto harmônica com todos os Poderes”, disse Aras em seu pronunciamento.


Segundo o PGR, os últimos dois anos foram marcados por desafios “potencializados pela pandemia” e sua gestão buscou “unir o Ministério Público em um só”.

Aras também declarou que “a autocontenção favorece o discernimento entre o combate à criminalidade na política e a criminalização de atos políticos, distorção que parte de uma incompreensão dos que deixaram de perceber a política como uma atividade que diz respeito, sobretudo, à resolução dos conflitos coletivos”. Para o chefe do MPF, “quem não faz política, faz guerra, e nós não queremos guerra, mas paz e harmonia”.

“Não cabe ao MP atacar passionalmente indivíduos, instituições, empresas ou mesmo a política. O enfrentamento à corrupção requer investigação e metodologia científica, pois sua finalidade não é destruir reputações, empresas nem carreiras, mas proteger bens jurídicos com a observância do devido processo legal”.

Aras fez uma crítica indireta à Lava Jato, ao afirmar que, sob sua gestão, “foram duas grandes operações em todo o Brasil por mês durante dois anos, sem estrépito, sem escândalo, com respeito aos direitos e garantias individuais”.

Ainda declarou que “a caneta do PGR não será instrumento de peleja política, menos ainda de perseguição, mas a caneta que o legislador constituinte de 1988 lhe confiou para cumprir os seus deveres”.

 

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