Política

Em carta ao Papa, Comissão Arns pede respeito ao resultado da eleição no Brasil

Religiosos denunciam os discursos de ódio e as ameaças de quem não aceita ser derrotado

Em carta ao Papa, Comissão Arns pede respeito ao resultado da eleição no Brasil
Em carta ao Papa, Comissão Arns pede respeito ao resultado da eleição no Brasil
Créditos: Filippo MONTEFORTE / AFP
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A Comissão Arns encaminhou ao Papa Francisco, nesta sexta-feira 23, uma carta em que pede respeito aos resultados das eleições no Brasil. O texto trata ainda do risco de uma ruptura democrática e dos discursos de ódio.

“São ameaças que partem de quem parece não aceitar um resultado eleitoral que não lhe favoreça. Que são diuturnamente inflamadas pelo discurso de ódio propagado a partir de gabinetes oficiais, para dividir os brasileiros, jogando uns contra os outros”, diz o texto. “Que estigmatizam mulheres, afrodescendentes, indígenas, fiéis de distintas religiões, promovendo sobretudo o extermínio da juventude negra e pobre, no contexto de um projeta criminoso de armar a população”.

A entidade ainda clama pelo direito dos eleitores de escolherem seus representantes “em clima de respeito, dignidade e paz.

“Santo Padre, por isso vimos à Vossa Presença pedir pela sociedade brasileira: que ela possa exercer o direito fundamental de escolher um futuro melhor e mais decente para si mesma”, acrescenta. “Brasileiras e brasileiros de todos os rincões, de todas as culturas e de todos os credos, precisam do Vosso olhar e do Vosso apoio neste momento”.

A escalada da violência política e a crise social e econômica também são apontadas pela Comissão como motivos de preocupação no País.

“Marcado por profundas injustiças, mas aquinhoado pelo encontro de diferentes raças, nosso pais enfrenta tempos difíceis”, diz a Comissão. “O desemprego alcança milhões de pessoas, a fome voltou aos lares, 690 mil vidas foram perdidas para a Covid-19, a violência explode no campo ou na cidade e nossas florestas continuam a ser consumidas pelas queimadas, pelo contrabando de madeira, pela mineração desenfreada que contamina os rios, mata os peixes, envenena as pessoas”.

A entrega foi realizada no Vaticano, em Roma, por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e presidente da Regional Sul da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).

Leia a íntegra:

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