Política

Em audiência de custódia, PGR diz negociar hospital psiquiátrico para Roberto Jefferson

O bolsonarista voltou a proferir graves ofensas contra os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, do STF

O ex-deputado federal Roberto Jefferson. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O representante da Procuradoria-Geral da República na audiência de custódia de Roberto Jefferson (PTB) afirmou negociar uma transferência do ex-deputado para um hospital psiquiátrico. O promotor André Alisson Leal Teixeira, membro auxiliar do gabinete de Augusto Aras, porém, não apresentou evidências a fim de justificar a medida.

“A PGR participa desde a data de ontem de tratativas com autoridades judiciais e da Polícia Federal para o encaminhamento do custodiado para hospital psiquiátrico e apreensão das armas de fogo”, disse o representante do órgão.

Na audiência, realizada na segunda-feira 24, o bolsonarista voltou a proferir graves ofensas contra os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal. À noite, ele chegou ao presídio Pedrolino Werling (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, em Bangu, para cumprir sua prisão preventiva.

Jefferson afirmou ter disparado 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir a ordem de prisão expedida por Moraes no domingo 23. Ele responderá por quatro tentativas de homicídio.

Durante a audiência de custódia, o ex-parlamentar voltou a comparar Cármen a uma “prostituta”. Em vídeo publicado nas redes sociais na última sexta-feira 21, ele já havia agredido verbalmente a ministra por votar a favor de punir a Jovem Pan por declarações ofensivas e distorcidas sobre o ex-presidente Lula (PT).

“Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”, disse Jefferson na segunda 24, segundo a transcrição da sessão.

O aliado de Jair Bolsonaro (PL) também atacou diretamente Moraes. “Ele diz que eu faço parte de uma milícia digital, mas eu acho que ele faz parte de uma milícia judicial no STF, por isso nós temos problemas”, declarou.

Na reta final de sua intervenção na audiência, Jefferson ironizou a proposta da PGR.

“Tudo que eu peço no STF, cai com o Xandão. Estou sendo massacrado e agora ouço a pérola da PGR para me mandar para o hospital psiquiátrico. Tem gente no Judiciário que precisa ir para o manicômio.”

O petebista havia sido detido em agosto de 2021 por ordem de Moraes no âmbito do inquérito sobre a atuação de milícias digitais contra a democracia. Em janeiro deste ano, o ministro acolheu um pedido da defesa e autorizou a progressão para a prisão domiciliar.

Ao revogar a domiciliar, Moraes listou episódios em que Jefferson descumpriu as regras:

  • recebeu visitas e transmitiu orientações a dirigentes do PTB;
  • concedeu entrevista à Jovem Pan News no YouTube;
  • promoveu, replicou e compartilhou fake news “que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos por membros da Corte”.

Segundo Moraes, “está largamente demonstrada, diante das repetidas violações, a inadequação das medidas cautelares em cessar o periculum libertatis do denunciado, o que indica a necessidade de restabelecimento da prisão, não sendo vislumbradas, por ora, outras medidas aptas a cumprir sua função”.

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