O PP aprovou nesta quarta-feira 27, em convenção nacional realizada na Câmara dos Deputados, a coligação com o PL e o apoio à candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição.
Marcaram presença no ato algumas das principais lideranças do Centrão, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o deputado Ricardo Barros (PR), líder do governo na Casa.
Também participaram da convenção, entre outros, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina.
Em seu discurso, Lira tentou justificar seu silêncio após Bolsonaro reunir embaixadores em Brasília para repetir fake news sobre as urnas eletrônicas. O deputado afirmou confiar no sistema eleitoral.
“Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes e confio no sistema eleitoral”, disse Lira. “Instituições no Brasil são fortes, perenes e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara enquanto eu for presidente.”
Bolsonaro, por sua vez, declarou na convenção do PP que “vivemos em um País democrático e defendemos a democracia”. Ele ironizou a mobilização de empresários, banqueiros, juristas, advogados, artistas e ex-ministros por meio de manifestos em defesa do sistema eleitoral.
Em apenas 24 horas, uma carta em defesa da democracia e das urnas eletrônicas construída na Faculdade de Direito da USP chegou a 100 mil signatários.
“Não precisamos de nenhuma cartinha para dizer que defendemos a democracia, que queremos cumprir a Constituição. Não precisamos de apoio ou sinalização de quem quer que seja para demonstrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição.”
O ex-capitão também voltou a fazer críticas veladas ao Poder Judiciário, ao afirmar que no Brasil “ninguém manda mais que outro” e que “os Poderes têm de se respeitar, para o bem de todos nós”.
Apesar de ter formalizado a coligação nacional com o PL, o PP liberou seus diretórios estaduais para apoiar outros candidatos ao Palácio do Planalto. No Mato Grosso, por exemplo, o deputado Neri Geller (PP), que deve se candidatar ao Senado, fechou acordo com o ex-presidente Lula (PT), principal adversário de Bolsonaro na eleição.
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