Política

Eleições terão mais de 1,8 mil policiais candidatos, aponta levantamento

A maioria esmagadora das candidaturas está ligada a partidos de direita; o volume representa um aumento de 27% em comparação com o pleito anterior

Foto: Divulgação Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
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As eleições de 2022 terão 1.866 candidatos policiais, segundo um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com dados do Tribunal Superior Eleitoral. O dado representa um aumento de 27% em comparação com o pleito anterior, quando o País teve 1.469 nomes das forças de segurança em busca de um cargo eletivo.

Ainda de acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira 16, a maioria esmagadora das candidaturas está ligada a partidos de direita. Ao todo, 94,9% dos policiais que estarão nas urnas são filiados a partidos do espectro conservador – em 2018, o volume era de 89,9%. O PL, de Jair Bolsonaro, é o que mais concentra candidatos, 232 no total. Em seguida aparece o PTB, de Roberto Jefferson, com 140 policiais, superando o Republicanos, que tem 137.

Chama a atenção ainda o número de agentes de segurança que concorrerão a cargos pelo Amazonas e pelo Distrito Federal, estados nos quais o volume do grupo representa mais do que 10% de todas as candidaturas. Já em termos absolutos, o estado com o maior número de policiais candidatos é o Rio de Janeiro, com 251 nomes ligados às forças de segurança. Em seguida aparecem São Paulo, com 238 nomes, e Minas Gerais, com 126.

Maioria dos candidatos vem das PMs

Dos mais de 1.800 nomes ligados às forças de segurança do País que concorrerão nestas eleições, 807 são agentes da ativa das polícias militares. O efetivo representa um aumento de 8,8% no grupo quando comparado ao pleito de 2018. Há ainda, segundo o balanço do FBSP, 245 PMs reformados na disputa deste ano. A segunda corporação com mais membros nas eleições é a Polícia Civil, com 188 postulantes. Há ainda 60 integrantes das Forças Armadas concorrendo a cargos eletivos.

“A legislação brasileira permite que policiais disputem eleições sem a necessidade de saírem de suas carreiras nas polícias e/ou estejam sujeitos a regras de transição. A legislação acaba por privilegiar as carreiras policiais em relação às demais e isso facilita candidaturas e protagonismo”, explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP.

Na prática, polícias militares e Forças Armadas permitem que seus membros com mais de dez anos de serviço sejam candidatos sem abrir mão dos postos. A regra consta da Constituição, a prever o afastamento permanente apenas daqueles que forem eleitos. Já quem tem menos de dez anos de corporação precisa abdicar do posto de forma definitiva antes de se candidatar.

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