Eleições Rio: PL estuda vetar fundo partidário a aliados de Castro que ‘traírem’ Romário

Governador tem ‘escondido’ senador nas redes e, assim como partidos e deputados próximos, exibe afinidade com Ceciliano (PT)

Foto: EBC

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Tido como um dos favoritos para a disputa fluminense ao Senado, o senador Romário (PL-RJ) tem visto muitos de seus correligionários se alinharem ao petista André Ceciliano, que também tentará o cargo nas eleições de outubro. Nomes do PTB e do União Brasil que estão na chapa encabeçada pelo governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, tem evitado de externar o apoio ao ex-jogador e ainda estiveram no evento em que o candidato do PT lançou a sua pré-campanha.

Castro, por sua vez, não tem fotos ou publicações ao lado de Romário entre as últimas cem publicações nas suas redes sociais. Enquanto isso, enaltece a parceria com Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e postulante ao Senado na chapa de Marcelo Freixo (PSB). O esvaziamento de aliados na campanha de Romário gera mal-estar no PL, que estuda não distribuir verba do fundo partidário a quem não confirmar apoio ao candidato do partido.

Em outro flanco, cresce o movimento entre militantes da direita para que uma candidatura mais alinhada ao bolsonarismo seja lançada ao Senado. Os nomes do deputado federal Daniel Silveira (PTB) e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello têm sido citados por apoiadores do presidente. Romário, no entanto, conta com a garantia do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, de que será o nome do PL para o Senado. Líder do diretório fluminense da legenda, o deputado federal Altineu Côrtes diz que a sigla não pretende mudar os planos e que o ex-jogador será apoiado por Bolsonaro.

— Esse debate sequer existe dentro do partido. O candidato do PL, de Bolsonaro, chama-se Romário. E isso não mudará. Quanto à aproximação de políticos do PL ao Ceciliano, acho que é algo normal, já que muitos deputados mantêm relações republicanas com o presidente da Alerj. Na hora de pedir votos, asseguro que todos estarão com o Baixinho — afirma Côrtes.

Nos bastidores do PL, contudo, há um recado que lideranças fazem chegar aos deputados: quem se alinhar a Ceciliano em detrimento de Romário enfrentará dificuldade para receber verba do fundo partidário. Castro, que vinha evitando postagens que o associassem a Bolsonaro e buscava se posicionar como um candidato mais amplo, também recebeu reprimendas do partido. Na última quinta-feira, por exemplo, o governador postou uma recordação na qual aparece ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro em um evento realizado semanas antes em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, o fato de Castro não ter feito qualquer menção ao encontro foi interpretado como uma “deselegância” por correligionários.

No último sábado, Ceciliano lançou a sua pré-candidatura cercado por aliados de Castro. Líderes do União Brasil, como o deputado Márcio Canella e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, fizeram questão de comparecer. Ex-secretários de Castro, como Max Lemos (PROS) e Thiago Pampolha (União), também marcaram presença. Procurado, Romário não quis comentar.


 

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