Política

Eleições 2020: Candidata da Rede em SP diz que o campo progressista precisa se reconectar com as pessoas

‘É um campo que se afastou muito do chão das pessoas’, aponta Marina Helou

MARINA HELOU AFIRMA QUE O CAMPO PROGRESSISTA PRECISA SE RECONECTAR COM AS PESSOAS. FOTO: ASSESSORIA DE IMPRENSA
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A candidata da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de São Paulo, Marina Helou, acredita que o campo progressista deveria neste momento se preocupar mais com a retomada da “conexão” com as pessoas do que com as tratativas sobre união nas eleições.

Em entrevista a CartaCapital, ela afirmou que os progressistas precisam voltar a “oferecer soluções que resolvam os problemas reais das pessoas”.

Marina Helou é deputada estadual e foi oficializada pela Rede como candidata à Prefeitura paulistana no dia 15 de setembro. Seu candidato a vice é o empreendedor social Marco Dipreto. Em convenção virtual que lançou a chapa, Dipreto afirmou que “toda a política tem de ser educativa, e nós temos a oportunidade de educar a cidade de São Paulo através da Marina”.

Leia a seguir os principais pontos da entrevista com Marina Helou realizada na terça-feira 22:

CartaCapital: Você disse que sua campanha tem como norte “a redução das desigualdades”. Como lidar com esse que é a raiz de todos os outros problemas em São Paulo?

Marina Helou: A prioridade do meu governo será garantir que todas as pessoas, não importa o bairro em que elas nasceram, tenham acesso a oportunidades e a qualidade de vida. E, para isso, nós vamos ter planos locais, olhando as necessidades, que são diferentes em Parelheiros, na Mooca, na Brasilândia. E, a partir dessa configuração, e priorizando onde mais precisa, vamos combater a desigualdade da cidade de São Paulo.

CC: Mais do que nunca, a pauta ambiental ganha peso nas eleições municipais. Até que ponto uma Prefeitura tem autonomia para promover mudanças significativas na área? Qual será a sua marca nesse aspecto?

MH: A minha marca será a de uma cidade sustentável. A Prefeitura tem muita autonomia e responsabilidade em pensar um novo modelo de desenvolvimento, que seja sustentável, que integre o meio ambiente. Entender que investir em saneamento básico é investir em saúde, que investir em realidades locais é investir em mobilidade e em qualidade do ar. E trarei essa marca porque ainda falta muito para que o meio ambiente seja de fato um tema nas eleições.

CC: Em algum momento houve possibilidade real de união do campo progressista em São Paulo?

MH: Eu fui a última candidatura do campo progressista lançada, porque até o último momento eu tentei conversar com todos os campos, com todos os candidatos. Existe, sim, uma intenção e uma visualização positiva de união, mas existem também projetos diferentes que são legítimos. O que o campo progressista precisa fazer mais do que discutir união é discutir como a gente volta a se conectar com as pessoas, como a gente volta a oferecer soluções que resolvam os problemas reais das pessoas. É um campo que se afastou muito do chão das pessoas, do nosso dia a dia. E o nosso principal desafio é se conectar de novo com as necessidades das pessoas.

CC: Em meio a uma pandemia, os atos de rua ficam comprometidos. Qual é a sua estratégia para enfrentar candidatos mais conhecidos e que têm mais tempo de exposição nos meios tradicionais? As redes sociais ganham uma importância ainda maior?

MH: Com certeza as redes sociais ganharão uma importância ainda maior, mas a pandemia trouxe uma necessidade de inovação para essas eleições que eu acredito que pode ser um grande potencial para a minha candidatura. Temos a inovação como um dos nossos principais pilares. E estamos pensando em muitos planos legais para essas eleições. Para além disso, eu acho que os paulistanos estão cansados das mesmas opções de sempre. E a nossa candidatura é diferente, é nova e mostra que São Paulo tem, sim, opção.

CC: Se você não chegar ao segundo turno, mas o campo progressista estiver representado nele, você tende a apoiar o candidato ou candidata em questão?

Ainda estamos muito longe do segundo turno e eu estou trabalhando bastante para que uma candidata mulher, jovem, com um plano antirracista e de oportunidades iguais para São Paulo esteja no segundo turno.

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