Eduardo quer levar Valério à Câmara para insistir na tentativa de ligar o PT ao PCC

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara aprovou, nesta quarta-feira 3, um requerimento do filho de Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Foto: Agência Câmara

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A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara aprovou, nesta quarta-feira 3, um requerimento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para ouvir o empresário e publicitário Marcos Valério. O objetivo é insistir na estratégia bolsonarista de ligar o PT ao PCC.

Trata-se de mais um desafio a uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que, em 17 de julho, determinou que parlamentares e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) apagassem das redes sociais conteúdos que buscavam ligar o PT ao PCC e à morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

As fake news voltaram a ganhar terreno na extrema-direita em junho, quando uma solicitação relacionada ao caso da delação de Valério em 2017, sob segredo de Justiça, chegou ao STF. No fim daquele mês, Kassio Nunes Marques deu à Procuradoria-Geral da República o acesso aos autos. Em 4 de julho, a papelada voltou ao ministro, mas, no meio do caminho, alguns vídeos do depoimento de Valério à Polícia Federal em Minas Gerais pararam na revista Veja.

Como mostrou CartaCapital, exumar Valério – a cumprir pena de 53 anos por “mensalões” – e suas velhas alegações sem provas faz parte de uma operação eleitoral do bolsonarismo e de seus aliados nas forças de segurança.

No mês passado, ao determinar a remoção de conteúdos das redes sociais, Moraes afirmou que “liberdade de expressão não é liberdade de agressão” e que “liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos”.

Nesta semana, um levantamento da Agência Pública mostrou que em julho houve dois picos na quantidade de tweets e no engajamento em postagens relacionando o PT ao PCC. O primeiro foi no dia 2, decorrente da repercussão da reportagem da Veja. O segundo foi no dia 18, após a decisão de Moraes.


Nos meses anteriores, a média de mensagens contendo os termos PT e PCC foi de 35 por dia em maio e de 168 por dia em junho. Em julho, o número subiu para 2.363 mensagens por dia.

Em nota divulgada em julho, o PT afirmou que, “mesmo se tratando de evidente manipulação política e péssimo jornalismo, a matéria da revista Veja abasteceu as redes e os setores da imprensa comprometidos com o bolsonarismo”. Também alertou “a sociedade brasileira, os meios de comunicação não comprometidos com o bolsonarismo e a Justiça Eleitoral para os riscos que manipulações dessa espécie representam para a lisura das eleições e a própria democracia em nosso País”.

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