Política
Eduardo Bolsonaro defende o pai e manda deputadas “rasparem o sovaco”
A fala do parlamentar aconteceu depois que deputadas leram uma carta de repúdio ao ataque do presidente Jair Bolsonaro contra jornalista


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) subiu ao plenário da Câmara, na noite desta terça-feira 18, para defender o pai, Jair Bolsonaro, que mais cedo fez insinuações sexistas contra a jornalista da Folha de S. Paulo, Patricia Campos Mello. “Isso daqui não passa de discurso político, isso aqui é a imposição do politicamente correto para tentar calar a boca do presidente Jair Bolsonaro”, gritou Eduardo.
A fala do parlamentar aconteceu depois que deputadas da bancada feminina subiram juntas no plenário para lerem uma carta de repúdio ao presidente. “Esse tipo de discurso também revolta, a deputada diz que fala em nome das mulheres. Calma aí, será que não tem mulher aqui comigo não? Uma banana, em nome das mulheres. Uma banana! Quero saber onde elas estavam quando o Lula falou em mulheres de grelo duro. Onde vocês estavam? Estavam perdendo dinheiro enquanto isso, estavam roubando?”, acusou o parlamentar.
Junto com Eduardo estavam deputadas da ala bolsonarista do PSL, que aguardam a criação do partido Aliança Pelo Brasil para migrarem. O próprio PSL soltou uma nota repudiando a fala do presidente e dizendo que falas como essa não favorecem a democracia.
A oposição, no plenário, gritava “Fascista! Fascista!”. Eduardo, por sua vez, rebateu: “Raspa o sovaco, hein? Senão dá um mau cheiro do caramba, hein?”.
Feminazis se revoltaram e fizeram barraco na Câmara hoje!
*Completo:https://t.co/z9rLEsrP6j@Biakicis @CarolDeToni @ToniettoChris @CarlaZambelli38 @DraManato @majorfabianadep pic.twitter.com/n2BIZiaOxw
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 19, 2020
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.