Política
Doria renuncia ao governo de São Paulo e diz que será candidato à Presidência
O tucano chegou a sinalizar a aliados a disposição de seguir no cargo e abdicar da corrida ao Planalto, mas manteve o plano original


Em um dia de idas e vindas, o tucano João Doria renunciou nesta quinta-feira 31 ao governo de São Paulo e manteve sua pré-candidatura à Presidência da República. Mais cedo, ele chegou a avisar a aliados que continuaria no comando do estado e desistiria da corrida ao Palácio do Planalto.
Ao longo da tarde, Doria se reuniu com aliados no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Depois, fez um pronunciamento em que confirmou a decisão de fazer valer o resultados das prévias tucanas – em novembro, ele derrotou Eduardo Leite e Arthur Virgílio e se tornou pré-candidato à Presidência.
“Obrigado, São Paulo, pela oportunidade de ter sido governador”, declarou Doria após cerimônia na capital paulista. “Quero estar ao lado de vocês, a partir do próximo dia 2, para mostrar que é possível ter uma nova alternativa para o Brasil.”
“Sim, serei candidato à Presidência da República pelo PSDB, o nosso partido, o partido da social-democracia brasileira.”
Com isso, o vice-governador Rodrigo Garcia será o candidato do PSDB à sucessão de Doria, conforme planejado originalmente. Se Doria resolvesse permanecer no cargo até o fim do mandato, ainda que não concorresse à reeleição, dificultaria as chances de Garcia, que não teria acesso à máquina durante a campanha.
Horas antes do anúncio oficial de Doria, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, enviou uma carta a líderes tucanos na qual endossou o desfecho das prévias.
“Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido”, diz o texto.
Segundo a mais recente pesquisa PoderData, divulgada na quarta-feira 30, Doria soma apenas 3% das intenções de voto e ocupa a quinta colocação, atrás de Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos).
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