Política

Doria diz que Bolsonaro ‘delira’ ao insinuar ‘sobrepreço’ da Coronavac

Mais cedo, o presidente afirmou que investigaria uma suposta proposta com valores diferentes apresentada pela Sinovac

Doria diz que Bolsonaro ‘delira’ ao insinuar ‘sobrepreço’ da Coronavac
Doria diz que Bolsonaro ‘delira’ ao insinuar ‘sobrepreço’ da Coronavac
João Doria e Jair Bolsonaro. Fotos: Divulgação/Governo de São Paulo e Marcos Corrêa/PR
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O governo de São Paulo, sob o comando de João Doria, acusou o presidente Jair Bolsonaro de ‘delirar’ ao fazer acusações contra o Instituto Butantan sobre o preço da vacina Coronavac.

 

Nesta quinta-feira 22, em entrevista à rádio Banda B, de Curitiba, Bolsonaro afirmou ter recebido um documento da empresa Sinovac com uma oferta direta para adquirir a vacina ao custo de 5 dólares por dose. Segundo ele, o Butantan, responsável por produzir o imunizante no Brasil, teria vendido cada dose por 10 dólares.

Segundo Bolsonaro, o governo federal já encaminhou o documento à Controladoria Geral da União, ao Ministério da Justiça e ao Tribunal de Contas da União para averiguação.

“Pode ser que não haja nada de errado nisso tudo, mas o Butantan nunca nos apresentou as planilhas de preço, com toda a cadeia. Temos uma questão a ser investigada”, completou o presidente.

Em nota, a gestão Doria afirmou que Bolsonaro “tenta, com isso, desviar as atenções das denúncias contra seu próprio governo, que recebeu oferta de grupo empresarial para comprar a vacina por quase o triplo do valor negociado entre o Ministério da Saúde e o Butantan”. O governo paulista reforçou que o Butantan é o único representante da Sinovac no Brasil e na América Latina para a comercialização da Coronavac.

“Portanto, trata-se de uma falácia de quem já declarou que não compraria a Coronavac, mas adquiriu 100 milhões de doses, das quais mais de 57 milhões já foram entregues pelo Butantan. O Presidente Jair Bolsonaro demonstra, mais uma vez, incoerência na sua fala e nos seus atos para tentar camuflar negociações escusas para aquisição de vacinas com preço três vezes acima do praticado no mercado”.

O Instituto Butantan também se manifestou em nota e disse que o consórcio Covax Facility ofertou vacinas da Sinovac ao Ministério da Saúde a preço de custo, já que era destinado a países de alta vulnerabilidade.

“A negociação entre o Butantan e o Ministério da Saúde passou por todas as etapas legais, incluindo a apresentação da planilha de custos da vacina para as equipes técnicas do Governo Federal, em reunião no mês de outubro de 2020”, informou o instituto. “O valor final das vacinas ofertadas pelo Butantan inclui todas as despesas ordinárias diretas e indiretas, incluindo o preço pago à SinoVac, os custos de importação (taxa de administração, frete, seguro do produto, tributos e impostos), os custos de produção (envase, recravação, rotulagem e embalagem), custos dos testes de qualidade, administrativos e regulatórios, armazenagem e transporte.”

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