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Dono da Precisa Medicamentos pode ter prisão decretada pela CPI, afirma Randolfe

Vice-presidente da comissão destacou que Francisco Maximiano será detido caso não retorne da Índia para prestar depoimento

Dono da Precisa Medicamentos pode ter prisão decretada pela CPI, afirma Randolfe
Dono da Precisa Medicamentos pode ter prisão decretada pela CPI, afirma Randolfe
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que pedirá a prisão preventiva de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, caso o empresário não retorne da Índia para prestar depoimento. A oitiva de Maximiano está marcada para a próxima quarta-feira 4.

“Nós recebemos a notícia que o senhor Francisco Maximiano se evadiu para a Índia e pretende não ser ouvido pela CPI na quarta-feira. Eu quero recomendar ao senhor Francisco Maximiano: volte e compareça à CPI de imediato no dia que seu depoimento está marcado. Evadir-se do país quando tem uma investigação em curso é crime. E nós não titubearemos em pedir a sua prisão preventiva”, afirma o senador.

O empresário informou recentemente ao Supremo Tribunal Federal (STF) que está no país asiático. Maximiano pediu ao tribunal a opção de escolher se irá ou não comparecer ao depoimento. A argumentação da defesa é de que, por estar na condição de investigado, o empresário teria este direito. A decisão da Corte ainda não saiu.

Segundo Rodrigues, um requerimento será votado pela CPI para que os bens da Precisa Medicamentos e de outras empresas de Maximiano sejam bloqueados.

A Precisa é alvo da comissão por ter intermediado a venda de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin com o governo federal. As suspeitas são de sobrepreço, pressões por aprovação, quebra de prazos e cláusulas atípicas e irregulares no contrato. O negócio custaria 1,6 bilhão de reais aos cofres públicos.

Maximiano, dono da empresa, tem movimentado valores incompatíveis com a renda declarada desde que assinou o contrato bilionário com o governo brasileiro. O empresário também é investigado em outros contratos suspeitos fechados por outras empresas em seu nome com o Ministério da Saúde. Em um desses negócios, estima-se que o prejuízo ao erário seja de 19,9 milhões de reais.

As relações entre Maximiano e o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), também são alvos de investigação.

A CPI retomará os trabalhos na terça-feira 3 e pretende ouvir na semana que vem, além do empresário, o reverendo Amilton de Paula e Túlio Belchior da Silveira, advogado da Precisa.

Amilton é investigado por tentar vender 400 milhões de doses de vacina AstraZeneca ao Brasil. As vacinas sequer existiam. O líder religioso teria negociado as doses do imunizante diretamente com Jair Bolsonaro. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também é suspeita de intermediar o negócio com o reverendo.

Randolfe afirma ainda que irá pedir o afastamento de ‘agentes públicos que estão obstruindo as investigações’. O senador, porém, não citou nomes, cargos ou órgãos em que trabalham estes agentes.

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