Justiça

Dino suspende julgamento do núcleo 4 da trama golpista; retomada será na próxima terça-feira

Na próxima semana são esperados os votos dos ministros e a dosimetria das penas, se os réus forem condenados

Dino suspende julgamento do núcleo 4 da trama golpista; retomada será na próxima terça-feira
Dino suspende julgamento do núcleo 4 da trama golpista; retomada será na próxima terça-feira
Julgamento da Ação Penal 2694 (Núcleo 4). Foto: Gustavo Moreno/STF
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O ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, suspendeu na tarde desta terça-feira 14 o julgamento do núcleo 4 da trama golpista. O ministro cancelou a sessão prevista para esta quarta-feira e o julgamento vai retornar somente na próxima terça-feira 21.

A suspensão acontece após a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, seguida da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e a sustentação oral das defesas.

Na próxima semana são esperados os votos dos ministros e a dosimetria das penas, caso os réus sejam condenados. O primeiro a votar é Moraes, seguido de Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

O núcleo 4 é composto por sete réus, todos agora respondendo por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Entre os acusados estão militares da ativa e da reserva e um civil:

  • Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército, apontado como elo de ligação com o general Walter Braga Netto, teria recebido orientações para atacar comandantes das Forças Armadas que recusaram a aderir ao plano golpista;
  • Ângelo Denicoli, major da reserva, teria elaborado documentos com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, servindo como intermediário entre produtores de desinformação e influenciadores;
  • Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército, é acusado de criar uma estrutura clandestina dentro da Abin para monitorar opositores e abastecer o sistema de desinformação;
  • Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército, teria divulgado vídeos e mensagens defendendo protestos e alimentando a narrativa de fraude nas eleições;
  • Reginaldo Abreu, coronel do Exército, teria adulterado relatórios internos e impresso, no Palácio do Planalto, documentos sobre um “gabinete de crise” para atuar após o golpe;
  • Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal, é acusado de usar recursos da Abin para identificar e vigiar adversários do grupo;
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, elaborou o laudo fraudulento que serviu de base para questionar a lisura das eleições de 2022.

Durante a leitura do relatório, Moraes destacou que a PGR apresentou “indícios robustos e coerentes” de autoria e materialidade, evidenciando a existência de uma rede estruturada para corroer a confiança nas instituições democráticas.

Já Gonet afirmou que os réus “atuaram de forma coordenada e consciente para destruir o Estado de Direito sob o disfarce da liberdade de expressão”, reforçando que os ataques digitais foram parte essencial do plano golpista.

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