Justiça
Dino mantém decisão que impede que GCM de São Paulo use o nome ‘Polícia Municipal’
Além do aspecto jurídico, o ministro levou em consideração os impactos administrativos e financeiros da mudança


O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, manteve decisão da Justiça de São Paulo que suspendeu a mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal de São Paulo. A decisão ainda será submetida a referendo do Plenário.
A decisão do ministro, assinada nesta domingo 13, rejeitou pedido da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais (Fenaguardas). A alteração ocorreu em março deste ano e foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Ao negar o pedido da federação para suspender de imediato a decisão do TJ-SP, o ministro afirmou que a Constituição Federal é clara ao estabelecer que os municípios podem manter “guardas municipais”, e não “polícias municipais”.
Trata-se, segundo ele, de uma opção jurídica e política deliberada, “resultado de uma escolha que reflete a distinção entre os diferentes órgãos de segurança pública”. “Permitir que um município altere essa nomenclatura por meio de lei local criaria um precedente perigoso, podendo levar à modificação arbitrária de outras instituições constitucionalmente nomeadas”, assinalou.
Além do aspecto jurídico, o ministro levou em consideração os impactos administrativos e financeiros da mudança. Conforme destacado pelo TJ-SP e ratificado por Dino, a alteração de nome exigiria uma série de medidas da administração pública, como a troca de uniformes, viaturas, placas e materiais de divulgação institucional.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Comandante da GCM de SP é afastado após denúncia de agressão contra ex-companheira
Por CartaCapital
Quaquá anuncia GCM armada e grupamento com caveirão em Maricá: ‘Bandido vai para a vala’
Por Wendal Carmo