Dino estabelece limite para retorno de Anderson Torres e diz que pode pedir extradição

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou nesta sexta-feira 13 que se o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) Anderson Torres não se apresentar à Polícia Federal até a próxima segunda-feira 16, poderá pedir a sua extradição.

A prisão de Torres, que está nos Estados Unidos desde a última sexta-feira 6, foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e posteriormente chancelada pelo plenário da Corte.

Flávio Dino participou, nesta manhã, de uma cerimônia em homenagem aos agentes de segurança que atuaram na operação de garantia da democracia e da preservação do Estado de Direito, em Brasília (DF).

“Vamos aguardar até a segunda-feira para que a apresentação [de Torres à PF] ocorra”, afirmou Dino. “Caso a apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos internacionais, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados à extradição, uma vez que há ordem de prisão.”

A extradição é o ato por meio do qual um Estado entrega a outro o indivíduo acusado de ter cometido crime. É necessário que haja ordem de prisão emitida, como é o caso de Torres. O procedimento não é simples, envolvendo relações diplomáticas, de maneira que o motivo da extradição seja tipificado como crime tanto no país requerente, como no requerido.

Jair Bolsonaro (PL), que também está nos Estados Unidos, tem sido motivo de pressão de congressistas norte-americanos para que seja extraditado do país, em razão da suspeita do seu envolvimento nos atos golpistas ocorridos em Brasília, no último domingo 8. Na quinta-feira 12, um grupo de 46 congressistas do Partido Democrata enviou uma carta ao presidente norte-americano Joe Biden, pedindo a revogação do visto diplomático de Bolsonaro.

Após a publicação do pedido de prisão de Anderson Torres, o ex-secretário informou, por meio das suas redes sociais, que se entregaria.