Política
Dino diz que divisão de Ministério de Justiça e Segurança Pública ‘não é prioridade’
Lula e integrantes do governo devem discutir criação de uma pasta exclusiva para Segurança Pública nesta quarta


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a divisão da sua pasta “não é prioridade” neste momento, mesmo diante da ampliação da crise no setor em estados como o Rio de Janeiro e Bahia.
“Esse é um debate que tem décadas. O Ministério da Justiça tem 201 anos, nesse período, apenas um ano ele não foi integrado. É um elemento de reflexão e a minha opinião técnica é bastante conhecida”, disse o ministro nesta quarta-feira 25, na sua chegada à Câmara dos Deputados após duas ausências em convocações da Casa.
Nessa semana, após ataques de milicianos a ônibus no Rio de Janeiro, o governo federal cogitou em desmembrar a pasta, recriando o Ministério da Segurança Pública. Em uma live, Lula destacou ter pensado na criação do Ministério da Segurança Pública durante a campanha eleitoral de 2022.
“Ainda estou pensando em criar, pensando quais são as condições que você vai criar, como é que vai interagir com a questão de segurança do estado, porque o problema da segurança é estadual”, afirmou.
O presidente deve se reunir com os membros do governo que participam da discussão – leia-se, Dino, Rui Costa e Alexandre Padilha – para tomar uma decisão ainda nesta quarta-feira.
Apesar da ‘defesa’ de Lula sobre a medida, Dino sustenta que o setor deveria ficar no seu guarda-chuva.
“Imagino que Lula pense nisso e que especialistas defendam, mas na minha ótica não é a prioridade”, reforçou o ministro nesta quarta.
A posição, vale dizer, é externada por Dino desde o ano passado. O ministro alega que há uma interdependência inegável entre investigações judiciais e operações policiais, e separá-las não contribuiria para a eficiência do sistema.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Governo Lula pode discutir criação do Ministério da Segurança Pública nesta quarta
Por CartaCapital
O erro que Lula não pode cometer no plano para a segurança do Rio, segundo especialista
Por Caio César e Getulio Xavier
Lula avalia o uso das Forças Armadas em áreas do Rio de Janeiro
Por CartaCapital
Maior milícia do Rio define novo número 2 após a morte de Matheus Rezende, o ‘Faustão’
Por CartaCapital