Política

Dino critica a defesa de remédios sem eficácia por Bolsonaro: ‘Cara de corrupção’

‘Nunca na história do Brasil algum governante se dedicou a ser propagandista de remédio’, apontou o governador do Maranhão

Flávio Dino e Jair Bolsonaro. Fotos: Divulgação - Marcos Corrêa/PR
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou as redes sociais nesta quarta-feira 26 para lançar dúvidas sobre os motivos que levam o presidente Jair Bolsonaro a ignorar especialistas e defender medicamentos sem eficácia demonstrada contra a Covid-19, como a cloroquina.

“Não sou médico e por isso jamais receitei remédios. Não me cabe. E nunca na história do Brasil algum governante se dedicou a ser propagandista de remédio. Somente agora”, escreveu o governador maranhense nas redes sociais.

“Isso tem cara e cheiro de corrupção. Alguém estava querendo ganhar ou ganhou dinheiro com essa maluquice”, completou.

Nesta semana, a cloroquina voltou ao centro das atenções na CPI da Covid. Na sessão da terça-feira 26, o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), defendeu que o governo Bolsonaro se mobilize pela compra de vacinas, e não pela promoção de remédios que não ajudarão a controlar a pandemia.

“Perca o seu tempo ligando para lideranças políticas internacionais para comprar vacinas, perca o seu tempo em salvar vidas, coloque em seu Twitter algo como ‘faça isolamento social, se cuidem, porque essa doença mata”, declarou Aziz. “Eu, como político, faço autocrítica naquilo em que me equivoco, e espero que ainda dê tempo de o senhor fazer autocrítica. Compre vacina, não compre cloroquina”.

Nesta quarta, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou um requerimento para convocar Bolsonaro na condição de testemunha. Ao justificar a solicitação, afirmou que “a cada depoimento e a cada documento recebido torna-se mais cristalino que o presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI”.

No documento, o parlamentar cita exemplos como a contraposição a medidas preventivas, o estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada e um “boicote sistemático à imunização da população”.

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