Política

Dino afirma que acampamentos bolsonaristas serão desfeitos no governo Lula: ‘Estamos diante de terroristas’

O futuro ministro da Justiça também declarou que o esquema de segurança de Lula para a posse será revisto após prisão de bolsonarista que previa um atentado em aeroporto de Brasília

(Foto: Gilson Teixeira)
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O futuro ministro da Justiça, Flavio Dino, declarou nesta segunda-feira 26, que os acampamentos bolsonaristas  serão desfeitos pelo governo Lula (PT) que estará em exercício a partir do dia 1 de janeiro.

“Não se trata de uma escolha, de uma opção, mas de uma imposição legal. Esperamos que esta semana o processo de desocupação em torno do quartel general em Brasília prossiga, a ocupação cesse e tenhamos um quadro de legalidade ao longo da posse”, declarou Dino em entrevista à Globo News.

O futuro ministro endureceu o tom contra os manifestantes bolsonaristas após a polícia civil do Distrito Federal prender, no domingo 25, o empresário George Washington de Oliveira Sousa que declarou planejar ‘impor estado de sítio’ no País com a explosão de um caminhão de combustível próximo ao aeroporto de Brasília.|

“Estamos diante de terroristas que devem receber o tratamento que a Lei manda”, disse ao também anunciar que a equipe de transição, juntamente com o governo do Distrito Federal, fará a revisão do esquema de segurança de Lula para a posse.

“Estamos diante de fatos novos que ensejam o reforço da segurança, não no sentido de impedir qualquer dos eventos da posse, muito pelo contrário. Nós reafirmamos que a posse vai ocorrer com ampla participação popular tanto na Esplanada, quanto na parte cultural, porém estamos diante de terroristas que devem receber o tratamento que a lei manda e ao mesmo tempo essas medidas protetivas”, afirmou.

Dino ainda cobrou a tomada de providências das forças federais, e reafirmou que o governo Lula dará andamento às investigações para punir os envolvidos.

“Estamos diante de crimes contra o estado democrático de direito e atos de terrorismo. Em ambos os casos a competência é federal. Nós queremos louvar e homenagear a Polícia Civil do DF que tem feito um trabalho importante nesses últimos dias diante de um episódio terrível de execução de um ato terrorista no aeroporto, que se revelou frustrado, mas que poderia resultar numa intensa tragédia com perda de vidas humanas”, ponderou, ao continuar:

“Estamos esperando o que fará o ministro [Anderson Torres], a Polícia Federal, mas temos conexão com o inquérito dos atos antidemocráticos que tramita no Supremo. Então, o enquadramento criminal deve ser revisto. A Polícia Civil do DF vai continuar com as apurações. Se até o final desta semana nada for feito pelas autoridades federais, logo em seguida haverá a posse, e obviamente as providencias serão tomadas”, acrescentou Dino que mais uma vez reafirmou que os supostos crimes de terrorismo são inafiançáveis, imprescritíveis, e insuscetíveis de anistia.

“Nunca vimos isso antes na história do Brasil, pessoas querendo impedir uma posse presidencial de modo violento. Isso não é um ato engraçado, pitoresco, corriqueiro. É um mal que não pode ser banalizado. Por isso nossa atitude será muito firme, nítida e clara”, declarou.

O futuro ministro também disse que as conexões em torno do ato serão esclarecidas com as investigações e que o ato anunciado pelo empresário não se trata de uma ação individual.

“Todas essas conexões serão esclarecidas. Não se trata de lobo solitário, há gente poderosa financiando isso. A Polícia vai apurar passo a passo quem forneceu estas armas, onde ele obteve isso, esses explosivos, porque isso não é uma ação individual e não vamos permitir isso no brasil, que esse terrorismo político se instale”.

Dino também falou que, até o momento, há evidências de omissão por parte de autoridades e agentes públicos, o que também será objeto de puração para possível responsabilização futura.

“Temos informações de que há pelo menos omissões de autoridades e agentes públicos federais. Isso é muito evidente e há fatos que autorizam essa minha afirmação. Há omissão ou ação de agentes públicos federais em conexão com esse ditos acampamentos, mas isso ainda será objeto de apuração para ver até onde vai isso. Há agentes privados, inclusive econômicos financiando isso e nós vamos apurar estas conexões. Esta gente não voltará à legalidade magicamente no dia 1 de janeiro. Temos clareza disso”.

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