Dias após a posse de Moraes no TSE, Bolsonaro volta a atacar sem provas o sistema eleitoral

A seus militantes no cercadinho do Alvorada, o ex-capitão tornou a lançar suspeitas vazias sobre o pleito de 2018

O presidente Jair Bolsonaro em campanha eleitoral. Foto: Douglas Magno/AFP

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou nesta sexta-feira 19 a fazer insinuações sem provas contra as eleições no País. As declarações ocorreram três dias depois de o ministro Alexandre de Moraes assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral e proferir um forte discurso em defesa do sistema eletrônico.

Uma pesquisa Datafolha divulgada na quinta 18 segue apontando vantagem confortável para Lula (PT) na corrida ao Palácio do Planalto. A distância entre ele e Bolsonaro no primeiro turno, contudo, caiu de 18 para 15 pontos percentuais na comparação com a rodada anterior, de 28 de julho. No segundo turno, o petista venceria por 17 pontos (eram 20).

“Nas eleições [de 2018], esqueçam a facada. Eu era racista, homofóbico, fascista, misógino, toda a imprensa contra. Eu só cheguei porque tive muitos votos de vocês”, disse o ex-capitão a seus militantes no cercadinho do Palácio da Alvorada. “O possivelmente desviado não foi suficiente para o PT voltar.”

Ao tomar posse no comando do TSE, Moraes foi aplaudido por exatos 40 segundos após afirmar que “somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência“. Presente na cerimônia, Bolsonaro não bateu palmas.

O magistrado também reforçou que a atuação da Justiça Eleitoral será “mínima”, porém “célere, firme e implacável no sentido de coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas, principalmente aquelas escondidas no covarde anonimato das redes sociais, as famosas fake news“.

Moraes é um dos alvos preferenciais de Bolsonaro, que insiste nos ataques a instituições e nas ameaças ao processo eleitoral. No 7 de Setembro do ano passado, o ex-capitão se referiu ao magistrado como “canalha” e ameaçou descumprir suas decisões.


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