Política
Destruição no Palácio do Planalto em 8 de Janeiro causou prejuízo de R$4,3 milhões, diz governo à CPMI
Obras de arte depredadas pelos golpistas formam maior parte do valor divulgado pelo governo federal
O terrorismo de bolsonaristas no dia 8 de Janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, causou um prejuízo de 4,3 milhões de reais. O valor consta em um balanço encaminhado pelo governo federal à CPMI que apura os atos golpistas.
De acordo com o documento, a maior parte deste valor é da depredação de obras de arte. Há no documento também o registro de itens extraviados pelos bolsonaristas que invadiram a sede do governo naquele 8 de Janeiro.
O balanço, feito pela Coordenação-Geral de Gestão Patrimonial da Presidência, identificou 24 obras de arte danificadas pelos ataques. Ao todo, o prejuízo de parte desta destruição soma 3,5 milhões de reais, segundo o órgão.
Há, porém, parte dos itens que não possuem avaliação, considerados obras de valor imensurável. O relógio de D. João VI, destruído pelo bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, é um destes itens. A peça é do século XVII produzida pelo artista Balthazar Martinot e é, praticamente, única, tendo apenas uma semelhante no mundo, em exibição no Palácio de Versailles, na França.
Para além do prejuízo de obras danificadas ou perdidas, o balanço do Planalto também inclui gastos com recuperação dos itens quebrados pelos terroristas. Ao todo, a soma é de 300 mil reais.
A lista ainda inclui itens como computadores, cadeiras, televisões e outros equipamentos usados na rotina da Presidência. Neste caso o prejuízo estimado é superior a 360 mil reais.
Os itens furtados, de acordo com o balanço, somam 142 mil reais. Ao todo, são 149 peças nestas condições, entre elas estão equipamentos de segurança e médicos usados no Planalto, além de poltronas e gaveteiros.
O prejuízo de 4,3 milhões, importante dizer, se refere apenas aos itens depredados ou furtados do Palácio do Planalto. Se somado aos demais locais invadidos por bolsonaristas, o montante estimado é de cerca de 20 milhões de reais.
Uma operação de ressarcimento dos prejuízos está em curso com bloqueio de contas e bens de investigados pelo vandalismo.
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