O presidente Lula (PT) reforçou, nesta terça-feira 31, a importância de manter ativas a luta e a vigilância contra o fascismo no Brasil. Em discurso a líderes de movimentos sociais em Brasília, ele citou a escalada da violência – a exemplo dos atos golpistas de 8 de janeiro – como prova de que Jair Bolsonaro (PL) e a extrema-direita ainda não estariam completamente derrotados.
O pronunciamento ocorreu logo após a assinatura dos decretos que criaram o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial.
“Isso [terrorismo em 8 de janeiro] é apenas uma demonstração de que nós tivemos uma vitória eleitoral, ganhamos uma eleição, mas a causa que nos fez chegar aqui ainda está engatinhando para que a gente possa conquistar”, afirmou Lula. “Nós derrotamos um presidente, mas ainda não derrotamos o fascismo que foi impregnado na cabeça de milhões de brasileiros, que se posicionaram no dia 8 com a quebradeira que aconteceu aqui.”
Horas antes, o próprio Bolsonaro havia citado a manutenção da força política de seu grupo de extremistas mesmo após a derrota eleitoral. A políticos do PL, o ex-capitão discursou virtualmente na noite de segunda e disse que seu projeto político instalado no Brasil seria ‘imorrível’. No evento, afirmou ainda ver a extrema-direita cada vez mais presente no futuro do País.
Zerar o feminicídio
No evento, Lula aproveitou a presença de lideranças sociais para repetir uma promessa de fortalecimento dos mecanismos de combate ao feminicídio no Brasil. Segundo ele, a meta é terminar o mandato com índices de violência contra a mulher próximos a zero.
“Precisamos ter pena muito dura para o cidadão que levanta a mão para a mulher ou um filho. Temos que criar narrativa para que a mulher seja encorajada a fazer a denúncia. E temos que ter muitos lugares para que ela possa ser protegida e não ficar à mercê do cara que bateu nela e que vai querer bater a segunda vez”, avaliou. “Espero que, quando terminar este mandato, a gente tenha, se não zerado, o mais baixo índice de violência contra a mulher.”
Reajuste do salário mínimo
Lula também usou parte do evento, que contou com a presença de lideranças de trabalhadores, para tornar a tratar do reajuste do salário mínimo acima da inflação. O aumento real na renda dos brasileiros é um dos principais compromissos de campanha. Ele admitiu ser possível que o governo encontre dificuldades no primeiro ano, mas disse que deverá promover os ajustes na sequência.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login