Derrotamos um presidente, mas ainda não vencemos o fascismo, diz Lula

O presidente destacou a importância de manter ativas a luta e a participação dos movimentos sociais no novo governo

O presidente Lula. Foto: Sergio Lima/AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) reforçou, nesta terça-feira 31, a importância de manter ativas a luta e a vigilância contra o fascismo no Brasil. Em discurso a líderes de movimentos sociais em Brasília, ele citou a escalada da violência – a exemplo dos atos golpistas de 8 de janeiro – como prova de que Jair Bolsonaro (PL) e a extrema-direita ainda não estariam completamente derrotados.

O pronunciamento ocorreu logo após a assinatura dos decretos que criaram o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial.

“Isso [terrorismo em 8 de janeiro] é apenas uma demonstração de que nós tivemos uma vitória eleitoral, ganhamos uma eleição, mas a causa que nos fez chegar aqui ainda está engatinhando para que a gente possa conquistar”, afirmou Lula. “Nós derrotamos um presidente, mas ainda não derrotamos o fascismo que foi impregnado na cabeça de milhões de brasileiros, que se posicionaram no dia 8 com a quebradeira que aconteceu aqui.”

Horas antes, o próprio Bolsonaro havia citado a manutenção da força política de seu grupo de extremistas mesmo após a derrota eleitoral. A políticos do PL, o ex-capitão discursou virtualmente na noite de segunda e disse que seu projeto político instalado no Brasil seria ‘imorrível’. No evento, afirmou ainda ver a extrema-direita cada vez mais presente no futuro do País.

Zerar o feminicídio

No evento, Lula aproveitou a presença de lideranças sociais para repetir uma promessa de fortalecimento dos mecanismos de combate ao feminicídio no Brasil. Segundo ele, a meta é terminar o mandato com índices de violência contra a mulher próximos a zero.

“Precisamos ter pena muito dura para o cidadão que levanta a mão para a mulher ou um filho. Temos que criar narrativa para que a mulher seja encorajada a fazer a denúncia. E temos que ter muitos lugares para que ela possa ser protegida e não ficar à mercê do cara que bateu nela e que vai querer bater a segunda vez”, avaliou. “Espero que, quando terminar este mandato, a gente tenha, se não zerado, o mais baixo índice de violência contra a mulher.”


Reajuste do salário mínimo

Lula também usou parte do evento, que contou com a presença de lideranças de trabalhadores, para tornar a tratar do reajuste do salário mínimo acima da inflação. O aumento real na renda dos brasileiros é um dos principais compromissos de campanha. Ele admitiu ser possível que o governo encontre dificuldades no primeiro ano, mas disse que deverá promover os ajustes na sequência.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.