Justiça

Deputados retiram prisão em 2ª instância de projeto anticrime de Moro

Esse era um dos principais pontos do projeto, que formalizaria um entendimento tomado pelo STF em 2016

Deputados retiram prisão em 2ª instância de projeto anticrime de Moro
Deputados retiram prisão em 2ª instância de projeto anticrime de Moro
Foto: Lula Marques
Apoie Siga-nos no

O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que está analisando o projeto anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, retirou da proposta a parte que formaliza em lei que o réu seja preso depois de ser condenado em segunda instância. O integrantes  estiveram reunidos nesta terça-feira 9 e, por sete votos a seis, a maioria entendeu que esse tema deve ser tratado por meio de Proposta de Emenda à Constituição e não por projeto de lei.

Esse era um dos principais pontos do projeto, que formalizaria um entendimento tomado pelo STF em 2016. Na época, a Corte determinou que a execução de pena comece após a condenação em segunda instância, indo contra o que está determinado no  Código de Processo Penal – que as prisões só podem ocorrer em “decorrência de sentença condenatória transitada em julgado”, ou seja, após passar pelo julgamento de todas as instâncias.

A decisão dos ministros do STF favoreceu a operação Lava Jato, que conseguiu prender diversos investigados antes mesmo do processo chegar na terceira instância, como foi o caso do ex-presidente Lula, preso após julgamento do TRF-4.

O relator do projeto no grupo de trabalho, Capitão Augusto (PL-SP), fez um pedido aos deputados, dizendo que esse trecho é um dos principais do pacote anticrime e que a rejeição da medida poderá libertar todos os presos provisórios do país e passar um recado de impunidade para a sociedade. “É inadmissível. Não dá para acreditar que logo de cara nós vamos derrubar um dos principais pontos desse projeto. Não há nada inconstitucional no texto”, disse.

O projeto segue para votação no plenário da Câmara dos Deputados. Se aprovado, segue para o Senado Federal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo