Deputados comemoram aprovação em 1º turno da PEC da Transição: ‘Começa bem o governo Lula’

Nesta etapa da tramitação, 331 deputados votaram a favor da proposta que garante o pagamento do Bolsa Família de 600 reais em 2023

Câmara dos Deputados Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Apoie Siga-nos no

Deputados do PT e de partidos aliados ao presidente eleito Lula comemoraram, no fim da noite desta terça-feira 19, a aprovação da PEC da Transição em 1º turno na Câmara dos Deputados. O texto contou com 331 votos favoráveis e 168 contrários.

A proposta aprovada até aqui eleva o teto de gastos a fim de que o governo eleito possa pagar em 2023 o Bolsa Família de 600 reais e garantir mais 150 reais por família com criança de até 6 anos. A medida foi amplamente celebrada pelos deputados.

Segundo José Guimarães, deputado pelo PT do Ceará, a aprovação com certa folga no 1º turno na Casa já pode ser classificada como uma vitória. “Aprovamos, em primeiro turno, a PEC do Bolsa Família! Comida na mesa é garantir dignidade e desenvolvimento. Vitória das brasileiras e dos brasileiros!”, escreveu.

O mesmo termo foi usado pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ao comentar a votação. “Vitória! Aprovamos na Câmara a PEC da Transição, que garante programas sociais como o Bolsa Família, aumento de salário mínimo acima da inflação, recursos para a farmácia popular, garantia da merenda escolar, entre outros benefícios para o povo!”, anotou a parlamentar.

Como citado por Benedita, a medida, além do Bolsa Família, abre espaços para outros investimentos em programas sociais. Ao todo, o texto abriu um espaço fiscal de 145 bilhões de reais para o novo governo, que deverá encaminhar até o fim de agosto a proposta de uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos.

A medida, vale ainda dizer, apesar de amplamente celebrada pelos petistas, só avançou na Casa após o partido ceder no prazo de duração da PEC acordado inicialmente no Senado. Por lá, a medida aprovada valia por 2 anos. Na Câmara, a versão chancelada em 1º turno prevê o Bolsa Família fora do teto por apenas 1 ano.


Além dos integrantes do PT, parlamentares de outras siglas próximas a Lula também comemoraram o avanço do texto na Câmara. Ivan Valente, deputado pelo PSOL de São Paulo, disse que a aprovação é um primeiro passo positivo para o novo governo.

“Investir em Bolsa Família, educação, salário mínimo, moradia, farmácia popular não é ‘gastança’ é colocar o povo no orçamento. Começa bem o governo Lula para reconstruir o país da tragédia que foi Bolsonaro”, destacou o parlamentar.

O deputado também criticou o PL, partido de Jair Bolsonaro, por votar contra o texto, visto que a manutenção da ampliação do Bolsa Família em 600 reais também era uma proposta do ex-capitão.

“Bolsonaristas boicotam a PEC da Transição. Eles odeiam pobre, usam a pobreza como massa de manobra. Aprovar a PEC eleitoral para tentar garantir a reeleição de Bolsonaro, não viam problema. Aprovar PEC para garantir o Bolsa Família, são contra”, criticou Valente.

A crítica foi ecoada por André Janones (Avante-MG). O deputado questionou publicamente a mudança de postura dos aliados do atual presidente ao votarem contra o texto: “PEC aprovada em primeiro turno com folga: 331 x 168. Eram necessários apenas 308. Os bolsonaristas, que eram a favor do bolsa família em R$ 600,00 quando era pra tentar eleger o miliciano, agora votaram contra! Vitória do novo governo? Não, vitória do povo!.”

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.