Política

Deputados acionam a PGR por fraudes em licitações das Forças Armadas

As irregularidades teriam o objetivo de favorecer empresas ligadas a militares e ex-militares do Exército e da Marinha

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Deputados do PSB acionaram a Procuradoria-Geral da República com indícios de fraudes em licitações das Forças Armadas. As irregularidades teriam o objetivo de favorecer empresas ligadas a militares e ex-militares do Exército e da Marinha.

Conforme a peça, assinada pelos deputados Elias Vaz, Ubirajara do Pindaré, Denis Bezerra e Gervásio Maia, “o grupo já venceu mais de R$ 154 milhões em processos de compras somente no ano de 2020 e primeiro semestre de 2021”.

“As empresas mantêm um sistema organizado na forma de grupos empresariais. Todas as empresas dos grupos venceram concorrências no Ministério da Defesa em valores expressivos, fatos que nos levam a suspeitar da existência de um possível esquema de direcionamento dos certames mediante fraude, já que há a participação de militares”, diz o documento.

Cada um dos grupos, argumentam os deputados, é ligado a um militar ou ex-militar. “Outro ponto que nos causa estranheza é o fato de todas as empresas estarem estabelecidas no CADEG – Mercado Municipal de Benfica, localizado na rua Capitão Félix, 110, Rio de Janeiro, Capital”.

Um dos casos que os deputados mencionam na ação envolve o ex-capitão do Exército Márcio Vancler Augusto Geraldo, que atuava como membro da Comissão de Licitação do Instituto Militar de Engenharia. O capitão foi expulso do Exército e, em 2019, condenado a 5 anos e 11 meses de prisão por peculato.

“Somente no ano de 2020 e primeiro semestre de 2021, o grupo já venceu R$ 47.893.057,08 (quarenta e cinco milhões oitocentos e noventa e três mil e cinquenta e sete reais e oito centavos) em processos licitatórios das Forças Armadas”, diz o documento em posse da PGR.

A apuração dos parlamentares indica que esse grupo seria formado por três empresas que se revezam em cada item licitado. As companhias atuariam em conluio com empresas ligadas ao capitão reformado Denilson de Oliveira da Silva, cujo grupo já teria vencido 78 milhões de reais em processos administrativos para compra de alimentos.

Os parlamentares também sugerem a ocorrência de fraude envolvendo uma empresa ligada ao vice-almirante reformado Eduardo Alberto Araripe Pereira. De 2020 até agora, ela teria vencido 28,6 milhões de reais em processos de compra para as Forças Armadas.

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