As deputadas estaduais Talíria Petrone e Renata Souza, ambas do PSOL-RJ, enviaram ao Ministério Público Federal e do Rio uma representação contra a revogação da liminar que impedia a apreensão de adolescentes sem flagrantes nas praias do Rio de Janeiro.
Nas redes sociais, Renata Souza classificou a medida como um ‘apartheid racial’ nas praias cariocas. “Não vamos compactuar com racismo disfarçado de segurança pública”, destacou.
A liminar havia sido concedida pelo Juizado da Infância do Rio após o Ministério Público denunciar que a Operação Verão, que aumenta o efetivo policial nas orlas, resultou em casos de abuso policial e a apreensão sem flagrante de dezenas de jovens negros, revelando um possível recorte de raça.
“A praia, um dos lugares mais democráticos do Rio de Janeiro, agora se torna um lugar hostil para a juventude negra do Rio. A democracia não chegou para o povo negro e pobre, que só poderá frequentar a zona sul para trabalhar no meio da semana. E nunca para a diversão aos fins de semana”, pontuaram ambas as parlamentas ao comentar o ofício.
A medida foi revogada na manhã deste sábado 16 pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, após manifestação do governador Cláudio Castro contra a liminar que proibia a apreensão sem flagrante.
A Operação Verão une forças de segurança do estado e da prefeitura com a justificativa de aumentar o efetivo policial nas praias do Rio de Janeiro durante dezembro e janeiro, meses em que os locais recebem o maior fluxo de turistas no ano.
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