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Deltan usa documento errado para criticar decisão de Toffoli e é corrigido por ministro da CGU

Publicação de Deltan busca engrossar a narrativa contra a decisão do ministro Dias Toffolli

O deputado federal cassado Deltan Dallagnol. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos-PR) publicou, nesta quinta-feira 7, um trecho do acordo de leniência firmado pelo governo federal como se o documento fosse da Odebrecht. A imagem do post, contudo, é parte de um outro documento: trata-se do acordo assinado em 2019 pela Technip Brasil e a Flexibrás.

Na postagem, o deputado federal cassado escreveu: “Toffoli anulará também? Mandará Polícia e AGU investigar? Ou era só pra se vingar da Lava Jato mesmo?”. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, corrigiu a informação de Deltan e disse que as publicações visam “confundir, enganar, manipular ou desinformar a sociedade brasileira”.

Investigadas na extinta Lava Jato, as empresas se comprometeram a devolver 819 milhões de reais à Petrobras. O acordo assinado entre as empresas, a Advocacia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União foi concluído ainda durante o governo Bolsonaro.

O ex-procurador, na verdade, tentou citar o acordo firmado entre a CGU, a AGU e a Odebrecht em 2018 – neste caso, a empreiteira acordou a devolução R$ 2,7 bilhões aos cofres públicos.

A publicação de Deltan busca engrossar a narrativa contra a decisão do ministro Dias Toffolli, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht – esse, por sua vez, homologado em 2017 pelo então juiz Sergio Moro.

Com a decisão, apenas os pontos do acordo entre a empreiteira e o Ministério Público Federal foram considerados “imprestáveis”.

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