Política

Deixado na mão por Bolsonaro, Fernando Bezerra entrega a liderança do governo no Senado

O senador recebeu apenas sete votos na disputa pela vaga no Tribunal de Contas da União, vencida por Antonio Anastasia

Fernando Bezerra, citado na Operação Lava Jato como o realizador do intermédio entre Alberto Youssef e a campanha de Eduardo Campos
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Derrotado na disputa por vaga no Tribunal de Contas da União, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) entregou o cargo de líder do governo no Senado. 

“Entreguei nesta manhã o cargo de líder do governo no Senado. Formalizei o pedido ao presidente Jair Bolsonaro a quem agradeço a confiança no exercício da função”, escreveu Bezerra, pelo Twitter.

https://twitter.com/fbezerracoelho/status/1471115367166529549

Bezerra era líder do governo desde 2019 e, mesmo após defender o governo federal durante a CPI da Covid no Senado, não contou com o apoio do presidente para conseguir a vaga no TCU. 

Na terça-feira 14, o senado aprovou o nome de Antonio Anastasia (PSD-MG) como novo ministro do TCU, por 52 votos. Katia Abreu (PP-TO), que também pleiteava o cargo, recebeu 19 votos.

A vaga do Tribunal ficou disponível após Raimundo Carreiro, ser indicado pelo presidente para assumir a Embaixada do Brasil em Portugal. 

Anastasia deve agora ficar responsável pela relatoria do processo sobre os gastos no cartão corporativo de Bolsonaro e sua família. 

Suspeitas de corrupção

Em junho, Fernando Bezerra e seu filho, o deputado federal Fernando Filho (DEM-PE) foram indiciados pela Polícia Federal, que apura se o líder do governo recebeu propina de 10 milhões de reais de empreiteiras na época em que era ministro da Integração Nacional no governo Dilma. 

Os dois devem responder por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsidade ideológica eleitoral. 

Conforme o documento entregue ao Supremo Tribunal Federal, “restou demonstrado que Fernando Bezerra de Souza Coelho e Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho receberam direta e indiretamente R$ 10.443.900,00 pagos pelas empreiteiras OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior entre os anos de 2012 a 2014″.

Durante a CPI da Covid o senador se defendeu das acusações e comparou a comissão com a operação Lava Jato. 

“Sofri no âmbito da Lava Jato acusações que não se sustentaram, inquéritos cujos arquivamentos foram determinados pelo Supremo ou pela Justiça Eleitoral ante o reconhecimento de que as provas não eram suficientes para justificar, nem sequer, o início de uma ação penal contra mim”, disse.

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