Política

Decisão de Moraes sobre julgamento de militares está ‘bem fundamentada’, diz próximo presidente do STM

Moraes atestou que o STF é o responsável por julgar membros das Forças Armadas que cometeram crimes no 8 de Janeiro

Decisão de Moraes sobre julgamento de militares está ‘bem fundamentada’, diz próximo presidente do STM
Decisão de Moraes sobre julgamento de militares está ‘bem fundamentada’, diz próximo presidente do STM
Foto: Reprodução/STM
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O próximo presidente do Superior Tribunal Militar, Francisco Joseli Parente Camelo, elogiou nesta terça-feira 28 a decisão do ministro Alexandre de Moraes a atestar a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Moraes anotou que “a Justiça Militar não julga ‘crimes de militares’, mas sim ‘crimes militares'”. Apontou, ainda, que o Código Penal não faz distinção entre civis e militares.

Li e reli a decisão do ministro Alexandre de Moraes e entendi que está muito bem fundamentada. Não vejo, no geral, que tenham sido crimes militares. Crimes cometidos por militares em situações de atividade serão considerados crimes militares se forem contra o patrimônio que esteja sob administração militar ou contra a ordem administrativa militar. Não vejo que houve isso”, disse Camelo à coluna de Bela Megale no jornal O Globo. Ele assume o STM em 16 de março.

Camelo afirmou também não haver “afronta de maneira alguma com a decisão de Moraes” e reforçou que “as decisões do STF devem ser cumpridas e respeitadas”.

No mesmo despacho, Moraes autorizou a abertura de uma investigação sigilosa sobre a participação de oficiais da Polícia Militar do DF e das Forças Armadas no quebra-quebra bolsonarista.

O ministro acolheu um pedido apresentado pela PF. Segundo a corporação, militares ouvidos na 5ª fase da Operação Lesa Pátria “indicaram possível participação/omissão dos militares do Exército Brasileiro, responsáveis pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Batalhão da Guarda Presidencial”.

Em depoimento à PF, o coronel Jorge Eduardo Naime afirmou que a cúpula do Exército impediu a remoção do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general, de onde saíram os vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Disse, ainda, que a Força havia “frustrado o planejamento” da PM do DF.

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