De verde e amarelo

O Mais Médicos ganha nova roupagem para silenciar os críticos dos exitosos convênios com Cuba

Trindade criou incentivos para a permanência dos profissionais – Imagem: Walterson Rosa/MS

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O que importa não é saber a nacionalidade do médico, é saber a nacionalidade do paciente, um brasileiro que precisa de saúde”, discursou Lula na segunda-feira 20, na cerimônia de relançamento do Mais Médicos, ora rebatizado de “Mais Médicos para o Brasil”. O apêndice na nomenclatura não é a única mudança. Para silenciar os críticos dos exitosos convênios firmados com Cuba e intermediados pela Organização Pan-Americana de Saúde, a ministra Nísia Trindade repaginou o programa, com a incorporação de uma série de incentivos para que os profissionais brasileiros topem preencher as vagas ociosas em comunidades pobres e remotas. “Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa, de forma pejorativa, e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste País”, justificou o presidente.

O diagnóstico produzido pela equipe de transição de governo e a crise humanitária do povo Yanomâmi evidenciaram a urgência da retomada do programa, cujo objetivo é levar médicos às regiões mais desassistidas. Segundo Trindade, nos últimos seis anos, período que compreende os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o governo federal não garantiu a presença de profissionais onde mais havia necessidade e o ano de 2022 ficou marcado pelo maior déficit. Mais de 4 mil equipes da Estratégia ­Saúde da Família ficaram incompletas, sem médicos, “o pior cenário em dez anos”.

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3 comentários

SERGIO LUIS LOLATA PEREIRA 5 de abril de 2023 18h17
O CFM luta é por reserva de mercado, e até entendo tal ponto de vista, a OAB também age assim, em relação ao Exame de Ordem, mas deve prevalecer o interesse coletivo de tratar da saúde da população, enquanto dever constitucionalmente imposto ao Estado.
José Carlos Gama 1 de abril de 2023 22h54
Não considerar o programa mais médicos como uma boa solução para um país da dimensão do Brasil é um equívoco monstruoso. Saúde humana não cabe ideologias muito menos desconfiança da capacidade já sabida em outro país - no caso de cuba, que preza pela formação dos seus médicos ao contrário dos nossos, que se formam com baixos índeces de aproveitamento na sua maioria.
Rosa Carmina Couto 25 de março de 2023 19h19
O Brasil precisa do Programa Mais Médicos. Existem milhões de cidadãos brasileiros sem cobertura assistencial de saúde nesse imenso Brasil. O Mais Médicos vai reforçar a Atenção Primária a Saúde fundamental para estruturar os 3 níveis assistenciais do SUS: Atenção Primária, Atenção Secundária e Alta Complexidade. O Mais Médico pode começar a estruturar carreira atrativa para os médicos no SUS além de outros profissionais de saúde. E assim, levar mais saúde de qualidade para cidadãos brasileiros em regiões remotas e dessassistidas do Brasil.

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