O que importa não é saber a nacionalidade do médico, é saber a nacionalidade do paciente, um brasileiro que precisa de saúde”, discursou Lula na segunda-feira 20, na cerimônia de relançamento do Mais Médicos, ora rebatizado de “Mais Médicos para o Brasil”. O apêndice na nomenclatura não é a única mudança. Para silenciar os críticos dos exitosos convênios firmados com Cuba e intermediados pela Organização Pan-Americana de Saúde, a ministra Nísia Trindade repaginou o programa, com a incorporação de uma série de incentivos para que os profissionais brasileiros topem preencher as vagas ociosas em comunidades pobres e remotas. “Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa, de forma pejorativa, e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste País”, justificou o presidente.
O diagnóstico produzido pela equipe de transição de governo e a crise humanitária do povo Yanomâmi evidenciaram a urgência da retomada do programa, cujo objetivo é levar médicos às regiões mais desassistidas. Segundo Trindade, nos últimos seis anos, período que compreende os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o governo federal não garantiu a presença de profissionais onde mais havia necessidade e o ano de 2022 ficou marcado pelo maior déficit. Mais de 4 mil equipes da Estratégia Saúde da Família ficaram incompletas, sem médicos, “o pior cenário em dez anos”.
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