O empresário Eike Batista, que teve a prisão preventiva decretada na quinta-feira 26 pela Operação Eficiência e era considerado foragido, desembarcou na manhã desta segunda-feira 30 no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Ele foi levado por agentes da Polícia Federal para o Instituto Médico Legal (IML), onde fará exames antes de ser encaminhado ao presídio Ary Franco, na zona norte. O empresário não possui curso superior e deve, portanto, ficar em uma cela comum, mas a PF não confirmou a informação.
Antes de embarcar para o Brasil no aeroporto JFK, em Nova York, Batista sugeriu que deve buscar os benefícios de uma delação premiada. “Estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever. Está na hora de eu mostrar, ajudar a passar as coisas a limpo”, disse, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Batista é acusado pela operação – um desdobramento da Lava Jato – de envolvimento em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), que está preso em Bangu. O nome do empresário foi citado por doleiros, que em delação premiada disseram que ele pagou 16,5 milhões de dólares em propina a Cabral, em 2010.
Segundo o Ministério Público Federal, a operação teria sido realizada por meio da venda fictícia de uma mina de ouro. O dinheiro, sustentam os procuradores, foi pago pela Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Batista, para a Arcadia Associados em troca de uma suposta intermediação na venda da mina de ouro. A Arcadia recebeu os valores ilícitos, diz o MPF, em uma conta no Uruguai em nome de terceiros, mas à disposição de Sérgio Cabral. A origem dos valores seria a conta Golden Rock no TAG Bank, do Panamá.