Política
De olho em 2026, ACM Neto defende que o União Brasil deixe o governo Lula
O político da Bahia é o vice-presidente do partido


O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, quer que o partido deixe a base de apoio do governo Lula (PT). Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta terça-feira 27, ele defendeu que a legenda entregue os ministérios que ocupa atualmente.
“Com o passar do tempo e com a aproximação da eleição de 2026, não faz sentido ocupar cargos no governo, tendo em vista que nós não estaremos na aliança do PT e da provável candidatura à reeleição do presidente Lula. Não faz sentido você ocupar cargos no governo se o seu projeto político é oposto a esse”, disse.
O União Brasil, atualmente, comanda as pastas das Comunicações (com Frederico de Siqueira Filho) e do Turismo (Celso Sabino). O partido está às portas de formalizar uma federação com o PP, que comanda o ministério do Esporte (chefiado por André Fufuca). Além disso, o União Brasil é o responsável direto pela indicação do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Para ACM Neto, assim que sua legenda assinar a federação com o PP, o tema do desembarque do governo será colocado à mesa e ele vai defender que nenhum integrante ocupe cargos no governo. Cotado (e favorito) para a disputa do governo da Bahia em 2026, ele quer que a legenda tenha candidato próprio à presidência da República.
“Eu sou completamente contrário à neutralidade. É preciso afirmar a postura de oposição ao projeto do PT e o desejo de construir uma candidatura alternativa para 2026”, afirmou. “Eu desejo ter um candidato à Presidência da República no próximo ano, diferentemente do que aconteceu em 2022, quando eu não tinha candidato. Eu mantive uma neutralidade em relação à disputa presidencial”.
Apesar disso, ele não descartou que integrantes da federação apoiem o petismo nas disputas estaduais. Na Bahia, por exemplo, o atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT), deve tentar a reeleição, em um embate direto com ACM Neto. Mas a situação certamente será distinta em outros estados do país, onde as legendas podem caminhar lado a lado.
“Não creio que seja a expectativa de ninguém obrigar os estados a seguirem necessariamente uma diretriz nacional. Preferencialmente, sim. Obrigatoriamente, não. A depender de qual seja a equação, é preciso respeitar”, afirmou.
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