Com uma eventual desistência de Márcio França (PSB) na disputa pelo governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT) soma 34% das intenções de voto e amplia para 20 pontos percentuais a vantagem sobre os adversários no principal cenário monitorado pelo instituto Datafolha na pesquisa desta quinta-feira 30. O bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) soma 13% e está em pé de igualdade com o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB).
Os dados são do principal cenário monitorado pelo instituto nesta quinta-feira. A pesquisa ainda mediu as intenções de voto caso França insista na sua candidatura. Neste caso, Haddad reduz seu percentual para 28% da preferência dos eleitores e é seguido justamente pelo pessebista, que soma 16%. Tarcísio teria 12% e Garcia iria a 10%.
Nos dois casos, todos os demais pré-candidatos monitorados pelo instituto não somam mais de 5% dos votos. Numericamente, quem se sai melhor no cenário principal é Gabriel Colombo (PCB), com 3%. O comunista está tecnicamente empatado com os adversários que aparecem na sequência.
Com os resultados desta quinta-feira, crescem as expectativas pela desistência de França, negociada por PT e PSB em uma articulação que envolve a aliança nacional entre Lula e Geraldo Alckmin e acertos em outros dois estados: Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
A articulação entre as duas legendas pretende lançar França como candidato ao Senado no palanque com Lula e Haddad. A desistência de José Luiz Datena (PSC), que liderava a corrida para o cargo, pode dar ainda mais força para a composição.
Para chegar aos resultados que mostram vantagem de Fernando Haddad em todos os cenários monitorados, o instituto Datafolha entrevistou 1.806 eleitores do estado entre os dias 28 e 30 de junho. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.
Garcia e Tarcísio disputam o mesmo eleitor
O levantamento desta quinta-feira permite ainda verificar um breve perfil do eleitorado de cada um dos principais pré-candidatos. Haddad, por exemplo, tem grande apoio entre os mais jovens (16 a 24 anos), faixa em que reúne 40% das intenções de voto. Ele também tem maior destaque entre os eleitores da capital do estado, 43%, e funcionários públicos, 45%.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, tem perfil de eleitores muito próximos ao de Garcia. Cada um, por exemplo, tem 19% entre os eleitores mais ricos do estado e tem pontos parecidos entre os empresários, 23% indicam voto em Garcia e 26% em Tarcísio.
Rejeição
A pesquisa Datafolha desta quinta-feira ainda mediu a rejeição de cada um dos pré-candidatos ao governo de SP. Haddad é quem está na frente neste quesito, com 35% das indicações de reprovação. França vem logo em seguida, com 20%. Tarcísio e Garcia têm 16% de rejeição, cada. Os dois, no entanto, contam com índices maiores de desconhecimento.
Bem distante do primeiro pelotão nos cenários de intenções de voto, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) aparece na parte mais acima entre os rejeitados. Ao todo, o ex-ministro, rompido com Jair Bolsonaro, tem 15% de indicações negativas a sua pré-candidatura. Colombo, por sua vez, está no mesmo patamar.
Felício Ramuth (PSD), Altino Júnior (PSTU), Elvis Cezar (PDT) e Vinícius Poit (Novo) variam entre 11% e 13% de rejeição.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login