Uma pesquisa Datafolha realizada 25 e 26 de maio aponta que 73% dos brasileiros confiam nas urnas eletrônicas, enquanto 24% não confiam e 2% não sabem. Os dados foram publicados nesta sexta-feira 27.
Entre os que confiam, 42% responderam confiar muito e 31% um pouco.
O sistema eletrônico de votação é alvo de constantes ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na quinta 26, durante entrevista, o ex-capitão alegou ser “um direito” lançar dúvidas sobre as urnas, sem mostrar evidências que sustentem as insinuações.
O Datafolha indica que, em meio à ofensiva de Bolsonaro, caiu o nível de confiança nas urnas. Na rodada anterior, de março, 82% afirmavam confiar nas urnas, contra 17% que não confiavam.
Na comparação com a pesquisa de dezembro, porém, o índice de confiança cresceu (era de 69%, ante 29% dos que não confiavam).
O levantamento de maio mostra que eleitores de Lula (PT) confiam mais nas urnas (83%, considerando os que confiam muito e um pouco). 16% dizem não confiar.
Já o nível de confiança entre eleitores de Bolsonaro chega a 58%, enquanto 40% não confiam.
O Datafolha entrevistou 2.556 pessoas em 181 cidades. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022.
Nesta sexta, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, afirmou que aceitar o resultado das eleições é algo inegociável e voltou a defender o sistema eletrônico de votação. Ele ministrou uma palestra a magistrados no Recife (PE) sobre a participação de mulheres na política.
“O Brasil tem eleições limpas, seguras e auditáveis”, reforçou Fachin. “O acatamento do resultado do exercício da soberania popular é expressão inegociável da democracia pelo respeito ao sufrágio universal e ao voto secreto.”
Na quinta, Bolsonaro foi questionado por jornalistas se ele se comprometeria a aceitar o resultado das urnas, mesmo em caso de derrota, mas não respondeu. Disse apenas: “Democraticamente, eu espero eleições limpas”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login