Política

Datafolha: 49% dos brasileiros se identifica com a esquerda; direita tem queda de representação

Os que se identificam com a direita representam 34%, o menor índice desde 2017

Atos em 29 de maio reuniram milhares de manifestantes contra Bolsonaro. Foto: Allan White/Fotos Públicas
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Segundo levantamento do Datafolha, a identificação dos brasileiros com o campo ideológico da esquerda cresceu e representa 49% da população. É o índice mais alto da série histórica iniciada em 2013.

No estudo anterior, realizado em 2017, houve uma mudança significativa entre os dois campos. O que antes apontava uma divisão igualitária, com 40% dos brasileiros se identificando com a direita e 41% com a esquerda, agora demonstra uma perda significativa de força da direita. 

A pesquisa foi realizada a partir de entrevistas que continham perguntas sobre temas como drogas, armas, criminalidade, migração, homossexualidade e impostos. 

Atualmente, apenas 34% da população se identifica com pautas defendidas pela direita no País, o menor índice desde o primeiro levantamento feito pelo Instituto. Outros 17% de localizam no centro ideológico. 

Segundo dados das pesquisas anteriores, o aumento do percentual de brasileiros que se identificava com a esquerda já era uma tendência, no entanto, de forma menos acentuada. 

Os pesquisadores atribuem a diminuição do campo da direita ao apoio de pautas comportamentais e de oposição a pauta dos direitos humanos. 

Entre os questionamentos estava a questão da maioridade penal, pauta amplamente defendida pela direita conservadora. No levantamento de 2017, 73% dos entrevistados apontaram que jovens deveriam ser punidos como adultos, agora o índice representa 65%.  

Quando o assunto é economia, a esquerda também ganhou adeptos, passando de 44% para 50%. Já entre a direita, houve uma queda de 3 pontos percentuais, representando 25% atualmente. 

Apenas 20% dos entrevistados concorda com a agenda liberal de que as empresas privadas devem ser as maiores responsáveis pelo investimento no crescimento econômico. 

A maioria dos brasileiros também defende que o governo conceda ajuda financeira a empresas nacionais em risco de falência e não se opõe a cobrança de impostos para viabilizar gratuidade de saúde e educação. 

Segundo os dados, a questão do armamento da população também não acompanhou o discurso defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Apenas 35% dos entrevistados defende a ideia de ser um direito do cidadão possuir uma arma de fogo. A maioria, 63%, também concorda que a posse deva ser proibida, por representar uma ameaça a vida de terceiros. 

A pesquisa ouviu 2.556 pessoas, acima dos 16 anos, em 181 cidades do País, entre os dias 25 e 26 de maio. O levantamento possui margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. 

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