Na manhã do domingo 27, seis caminhões da Amaggi circulavam em comboio pela rodovia que liga o estado de Mato Grosso ao município paraense de Novo Progresso, quando foram alvejados por disparos de armas de fogo de variados calibres. A Polícia Militar não identificou os responsáveis pelo ataque e informou não haver feridos, mas o relato dos motoristas da empresa do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, que apoiou Lula nas eleições, mostra que por pouco não aconteceu a primeira morte diretamente ligada aos bloqueios de rodovias desde a derrota de Jair Bolsonaro. Embora com força decrescente, os atos golpistas nas estradas ou nas portas dos quartéis mantêm-se graças ao inequívoco apoio e financiamento de alguns empresários, que começam a ser nomeados nas investigações do Tribunal Superior Eleitoral e nos relatórios enviados ao ministro Alexandre de Moraes.
Desde a utilização de gruas e guindastes caríssimos até a farta distribuição de pães, bebidas e carne para churrasco nas rodovias e quartéis de Norte a Sul do Brasil, o financiamento dos atos é evidente. Um exemplo é o município de Palhoça, em Santa Catarina, onde o acampamento dos “patriotas” foi montado em frente a uma loja da Havan, rede pertencente ao bolsonarista Luciano Hang. O empresário-papagaio já recuou do apoio logístico e divulgou nota na qual nega financiar as ações golpistas, mas seu nome é um dos que constam no relatório entregue a Moraes pelo procurador-geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin. Relatórios semelhantes foram entregues ao presidente do TSE pelos procuradores-gerais de São Paulo e Espírito Santo. O material está sendo organizado por Moraes, que deu prazo até o fim de novembro para que a Polícia Rodoviária Federal e as corporações policiais de todos os estados enviem à Corte informações sobre os organizadores e financiadores dos atos.
Até o momento, as medidas cautelares atingem 43 pessoas físicas ou jurídicas
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