Justiça

CPMI do INSS aprova quebras de sigilo de dirigentes do Sindnapi

Irmão de Lula e ex-chefe de gabinete de Alcolumbre ficam fora da lista de alvos

CPMI do INSS aprova quebras de sigilo de dirigentes do Sindnapi
CPMI do INSS aprova quebras de sigilo de dirigentes do Sindnapi
A CPMI do INSS iniciou os trabalhos em agosto. Foto: Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira 9 a quebra de sigilos bancário e fiscal de integrantes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi).

A decisão ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários e teve como alvos endereços do sindicato em São Paulo.

São alvos da PF:

  • Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, presidente do Sindnapi;
  • Daugliesi Giacomasi Souza, esposa de Milton;
  • João Batista Inocentini, o João Feio, ex-presidente do sindicato, falecido em 2023.

Os requerimentos aprovados determinam o acesso às movimentações financeiras e fiscais dos três de janeiro de 2019 a outubro de 2025. O objetivo é verificar indícios de irregularidades em transações relacionadas à arrecadação sindical e a descontos realizados em aposentadorias.

O vice-presidente do sindicato, Frei Chico, irmão de Lula (PT), não foi incluído entre os alvos da CPMI nem da operação policial. Também ficou de fora o advogado Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O pedido de quebra de sigilo dele, apresentado pelo deputado Carlos Jordy (PL-RJ), foi rejeitado por 17 votos a 13, após articulação da base governista.

O Sindnapi, presidido por Milton, movimentou 1,2 bilhão de reais desde 2019, incluindo 6,5 milhões de reais em dinheiro vivo, segundo dados do Coaf.

Em nota, o Sindinapi se disse surpreso com o cumprimento de mandatos nesta quinta. Também afirmou que os seus advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, ao conteúdo das razões da representação policial ou dos fundamentos da decisão que autorizou a deflagração da medida cautelar.

“[O Sindnapi] reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”, diz a nota.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo